Adams nega que esteja demissionário
Segundo ele, o conjunto de medidas coloca um "caminho certo para a AGU continuar desempenhando seu papel". Adams negou que esteja demissionário e que tenha perdido a confiança da presidente Dilma Rousseff. "Não sou porta-voz do sindicalismo e não me sinto atingido por manifestações desse tipo (contra sua permanência no cargo). Não cria espécie esse tipo de movimentação. O que existe é que, do ponto de vista institucional, o funcionamento da AGU está garantido", afirmou, destacando que o importante agora é mostrar que tem capacidade de reagir às situações. "Mostrar para a sociedade e o Congresso que a AGU é uma instituição firme. Desvios acontecem, infelizmente, como em vários lugares, mas são identificados, corrigidos e vão ser punidos conforme a lei", completou.
Questionado se teria se arrependido de ter levado José Weber para a função de adjunto na AGU, Adams disse que a escolha foi técnica. "Eu levei um técnico, uma pessoa que acreditava que cumpria uma função, tinha uma trajetória técnica. É uma pessoa que vinha trabalhando em altas funções do governo desde 2001." Ele disse ter acreditado que Weber poderia cumprir a função. "Infelizmente, ele quebrou a confiança. Quebrar confiança é algo não se recompõe. E o principal é corrigir. Qualquer instituição, em qualquer lugar do mundo vive com esse dilema de desvio de conduta por parte de servidores. O que é fundamental é ter capacidade de reagir a isso, identificar as falhas, corrigi-las e evitar que aconteçam no futuro. É o que estamos fazendo", disse.
Adams disse ainda que é preciso agir de maneira institucional, cumprindo a principal determinação da presidente, que é de corrigir malfeitos e práticas de desvios. "A confiança da presidente sempre foi na minha competência técnica e isso permanece, não muda", enfatizou, destacando que não vê o desgaste que está se levantando em torno do caso. "A atuação da AGU está sendo firme para resolver os problemas", completou.
O advogado-geral da União afirmou que, durante a audiência pública no Senado vai esclarecer o que o órgão conseguiu levantar até o momento. "Relatar o que nós tomamos como novas práticas na instituição, na comissão de ética, na regulamentação do relacionamento com demais órgãos. E procurar estruturar a instituição a lidar com essas situações. É isso que eu quero mostrar", disse.