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Parlamentares adiam reunião com Gurgel sobre CPI

18:49 | 13/11/2012
Em uma mudança de estratégia, parlamentares da CPI do Cachoeira decidiram adiar para a semana que vem reunião com o procurador-geral da República, Roberto Gurgel. Nessa nova data, levarão o voto a ser apresentado ao parecer do relator da comissão, deputado Odair Cunha (PT-MG), e não mais um parecer avulso que pretendiam entregar nesta quarta (14). Eles entendem que surtirá mais efeito a entrega de um documento ao Ministério Público Federal (MPF) apontando as brechas do parecer oficial da CPMI, em vez de se manifestarem individualmente.

Chamado de "parecer anti-pizza", o parecer de deputados e senadores vai atacar pontos que deverão ser ignorados pelo relator, como o pedido de indiciamento do dono da Delta, Fernando Cavendish; e da quebra do sigilo bancário e fiscal da empresa. É esperado do relatório oficial apenas o pedido de indiciamento do governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB).

Os parlamentares da oposição querem também o indiciamento do prefeito de Palmas, Raul Filho (PT), sobre o qual consideram que há provas consistentes de envolvimento com o contraventor Carlinhos Cachoeira. Desejam, ainda, que sejam aprofundadas as investigações contra os governadores do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT); do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB) e de Tocantins, Siqueira Campos (PSDB).

"Estamos salvando a investigação", sintetiza o líder do PSOL, senador Randolfe Rodrigues (AP). O senador lembra que permanece em sigilo o destino de milhões de reais repassados pelas 12 empresas, tidas como laranjas da Delta. "Nosso objetivo é o de impedir que a CPMI se transforme na maior vergonha do Congresso", acrescenta.

O deputado Rubens Bueno (PPS-PR) atribui sobretudo à situação da Delta o "breque" imposto por parlamentares governistas à investigação da comissão. "É evidente que as empresas laranjas ajudaram na campanha de 2010", afirma. A Delta é a maior beneficiada por recursos do PAC, tendo recebido da União mais de R$ 3 bilhões desde o início do programa. "Fizemos um trabalho, só que em vez de avançar, o relator pisou no freio", critica. Ele lembra que a obstrução dos trabalhos começou em setembro, a título de poupar os parlamentares para fazerem campanha eleitoral e que desde então, o trabalho não avançou. A oposição foi derrotada na tentativa de prorrogar os trabalhos por mais 180 dias.

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