Para Carvalho, violência em SP não é problema fácil
"A gente nunca deve vender ilusões. Sabe que os problemas se desenvolvem durante longo tempo, criam tal raiz, que depois o combate a esse problema e a essas raízes nunca se dá de maneira imediata, abrupta, tão rápida quanto a gente sonharia", disse o ministro a jornalistas, após a cerimônia de instalação da Comissão Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica, no Palácio do Planalto.
"O passo que eu quero saudar é que finalmente houve por parte do governo de São Paulo aceitação dessa parceria com o governo federal. Todos temos a ganhar com isso, particularmente a população de São Paulo. (A violência) Não é um problema de fácil solução. Temos de ter a humildade de reconhecer a complexidade dessa questão de não termos o resultado tão rápido quanto gostaríamos, quando o crime se estrutura, se organiza e se dá um tempo para que ele faça isso", afirmou Gilberto.
"A somatória de esforços vai nos ajudar a resolver sem nenhuma tentativa de utilização política ou partidária do tema. É muito grave, suficientemente grave para que não se brinque", disse.
Sobre a polêmica declaração do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, que afirmou na semana passada preferir morrer a cumprir muitos anos na prisão, Carvalho respondeu: "A declaração do ministro foi dada num contexto muito especial. Independentemente da declaração do ministro, acho que todo mundo no Brasil infelizmente sabe das nossas condições carcerárias. E eu acho que é dever nosso, de fato, batalhar, lutar, e trabalhar para mudar essa condição. Não é fácil a solução, se fosse fácil, teria sido resolvido já".
Carvalho disse que o ministro Cardozo tem "razão e honestidade em fazer esse reconhecimento" das péssimas condições penitenciárias brasileiras, e defendeu a parceria do governo federal com os Estados, na busca de uma solução. "O importante para nós é focar a realidade, em alterar essa condição. Insisto que não é simples, toda a questão prisional, assim como a questão da organização do crime, se torna cada vez mais alarmante", disse Carvalho.