Oposição quer fim de benefícios na Câmara de Recife
O objetivo é abrir o debate na Casa, discutir seus rumos, buscar transformar o perfil clientelista que, de acordo com o ex-ministro da Reforma Agrária do governo Fernando Henrique, o vereador eleito Raul Jungmann, domina não somente a Câmara Municipal da capital pernambucana, mas de todo o País. A meta é o fortalecimento da Casa, ampliação da sua autonomia e transparência.
A carta será entregue aos cinco candidatos da base governista à presidência da Casa - representantes do PSB, PMDB, PTC e PTB -, a entidades da sociedade civil e também ao prefeito eleito, Geraldo Julio, lançado pelo governador Eduardo Campos (PSB) e vitorioso no primeiro turno.
O candidato à presidência da Câmara que assumir as propostas da oposição, contará com seu apoio e votos. "Não nos importa os nomes, queremos a defesa dessas ideias e propostas", afirmou Jungmann, porta-voz do grupo. Se depois de uma semana, nenhum deles acatar as premissas, o grupo poderá lançar um "anticandidato".
Para Jungmann, a eleição do legislativo municipal é "invisível", é uma representação baseada no voto assistencial - diante de necessidades não satisfeitas do povo e a incapacidade do poder público de atendê-las. E depois da eleição não há questionamento, não se discute rumos.
O grupo defende a criação de uma corregedoria para cuidar das questões disciplinares, quebra de decoro, reclamações contra os parlamentares, e também consultoria técnica para dar suporte aos vereadores na elaboração de leis. Prega também a criação de uma comissão para definir parâmetros de aumento salarial. Atualmente o salário do vereador recifense é de R$ 15 mil brutos.