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PT e DEM disputam apoio do PMDB em Salvador

18:40 | 08/10/2012
Praticamente empatados no primeiro turno - separados por pouco mais de 5 mil votos -, os dois candidatos que estão no segundo turno da eleição para a Prefeitura de Salvador correram, nesta segunda-feira, para abrir negociações com o PMDB pelo apoio da legenda na disputa.

"Estou desde as 6h45 trabalhando nisso", contou ACM Neto (DEM), o vencedor do primeiro turno. "Conversei hoje com o Mário (Kertész, terceiro colocado na eleição, com 9% dos votos) e com o Lúcio (Vieira Lima, presidente estadual do PMDB)", disse Nelson Pelegrino (PT).

Os dois dizem considerar "importante" o apoio da legenda na eleição, mas Neto é mais enfático. "Temos de reconhecer o peso do PMDB, de Geddel (Vieira Lima, irmão de Lúcio e ex-ministro da Integração Nacional) e de Mário", disse o democrata. "O PMDB é minha prioridade."

Para ele, o fato de o PMDB ser o principal partido da base de apoio ao governo de Dilma Rousseff não deve interferir nas negociações. "As conversas são locais", argumentou Neto. "Dizer que o (vice-presidente) Michel Temer vai resolver a situação em Salvador é subestimar a importância de Geddel e Lúcio e de outras lideranças do PMDB no Estado. Em Feira de Santana (segunda maior cidade da Bahia), por exemplo, ganhamos juntos (do PT), no primeiro turno."

Para Pelegrino, por outro lado, a aliança nacional entre PT e PMDB "facilita" as negociações na Bahia - apesar de o PMDB ser oposição ao governo petista de Jaques Wagner. "Pela aliança que temos em nível nacional, é natural que os partidos conversem", justificou. "Estamos otimistas, acho que as negociações vão evoluir bem."

Geddel diz não ter pressa para definir a questão e descarta a possibilidade de que Kertész apoie um candidato sem a anuência da legenda, com foi especulado neste domingo (07).

Além do apoio do PMDB, Pelegrino também espera ter a participação direta de Dilma em um comício na cidade. "Vai ser uma eleição acirrada, a cidade está dividida", justificou. "Ela (Dilma) me ligou ontem à noite, para me dar os parabéns, e eu disse a ela que a participação dela (no segundo turno) seria importante. Ela manifestou a vontade de participar, está empenhada."

Neto, por outro lado, diz que "nada muda" com a possível presença de Dilma na capital baiana. "Ela já está todo dia no rádio e na TV, todo mundo sabe quem ela apoia", argumentou.

O democrata voltou a reclamar da Justiça Eleitoral do Estado e disse esperar que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) monitore o segundo turno na cidade. "Fiz uma tabela que compara o tratamento dado (pelo Tribunal Regional Eleitoral) aos dois candidatos (ele e Pelegrino) e o resultado é claro", afirmou Neto. "Vou pedir que a Justiça Eleitoral brasileira acompanhe o segundo turno em Salvador."

Um dos temas que causaram atritos judiciais entre os candidatos no primeiro turno, o mensalão, deve voltar a ser citado - apesar de Neto negar ter a intenção de "nacionalizar" o debate. Pelegrino, porém, diz não temer o assunto. "Se quiserem falar do mensalão, vamos falar do mensalão do PSDB em Minas, do mensalão do DEM, de Carlinhos Cachoeira. Acho que o DEM e o PSDB não têm muita autoridade para falar sobre corrupção."

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