Apesar de o PDT já ter anunciado que vai apoiar o tucano José Serra na corrida eleitoral em São Paulo, o PT faz, na noite desta quarta-feira, um último esforço para atrair o apoio deste partido à candidatura de Fernando Haddad (PT). O coordenador da campanha de Haddad, vereador Antonio Donato, revelou que PDT e PT discutem uma aproximação. Estão envolvidos na conversa o presidente nacional do PT, deputado Rui Falcão, e o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi. Nesta tarde, Falcão deixou uma reunião do Diretório Nacional do PT para se encontrar com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e com a presidente Dilma Rousseff, no escritório da Presidência, na região da Paulista, na Capital.

Donato minimizou o anúncio de neutralidade do PRB em relação ao segundo turno em São Paulo. De acordo com o coordenador, o PRB se sentiu mais confortável ficando neutro porque tem um projeto para o futuro. Quanto ao PMDB, Donato disse que já foi comunicado do apoio do partido e afirmou que o adiamento da oficialização do apoio aconteceu porque os peemedebistas precisam "aparar arestas".

Questionado sobre o uso do mensalão no processo eleitoral e a interferência na campanha de Haddad, Donato disse que o debate não pode ser seletivo. "Se for fazer um debate ético, vamos fazer inteiro, não pela metade", afirmou.

Nesta tarde, o Diretório Nacional do PT se reuniu em São Paulo para discutir o panorama eleitoral em todo o País. Segundo participantes da reunião, a resolução que será divulgada pelo partido defenderá o foco no segundo turno. No encontro, ficou definido que o julgamento do mensalão só entrará em pauta nas discussões internas após o processo eleitoral. Também participaram do encontro o ex-ministro chefe da Casa Civil José Dirceu e o ex-presidente do PT José Genoino, condenados pelo Supremo Tribunal Federal neste processo. Na saída, Dirceu ouviu, de dentro de seu carro, gritos de um pequeno grupo de mulheres e de policiais militares aposentados que diziam "Cadeia! Assaltante!".