Justiça quebra sigilo de ONG ligada ao PT
O Ministério Público, autor do pedido de quebra do sigilo, suspeita que o IFF foi favorecido em subcontratações na administração petista. Os promotores querem rastrear R$ 12,8 milhões que a prefeitura repassou ao instituto. Eles suspeitam que o dinheiro foi destinado ao PT. A ex-prefeita não é ré na ação, mas ex-secretários de sua administração são mencionados.
Os promotores pretendiam busca mais ampla, desde a criação do IFF até 2006. Apontaram "esquema polÃtico partidário mediante repasses e subcontratações especialmente ao IFF que, pela sua composição, não passava de articulação vinculada à polÃtica partidária".
Outro lado
"A quebra de sigilo é medida desnecessária, porque é evidente que (o rastreamento) não vai apontar nada de ilÃcito, enriquecimento de ninguém", reagiu a advogada Daniela DÂ?Ambrosio, que defende o Instituto Florestan Fernandes. "Causa indignação porque é sempre uma violação de um direito fundamental, mas estamos absolutamente convictos de que não vai aparecer nada de comprometedor porque não há nem sequer indÃcios de irregularidade." Daniela afirmou que o Ministério Público já ingressou com ações de improbidade mesmo sem ter os resultados do acesso aos dados do instituto.
"Não havia necessidade de medida tão violenta. A quebra não provocará nenhum impacto nas ações, exceto a questão moral. Todos ficamos muitos contrariados porque inexiste qualquer indÃcio de enriquecimento ilÃcito." A advogada destacou que o instituto teve a insolvência decretada. "Encerrou as atividades porque perdeu a credibilidade logo que a promotoria pediu a quebra de sigilo. A medida teve efeito devastador. Ninguém mais quis parceria com o Florestan Fernandes."
A assessoria da ex-prefeita e Marta Suplicy (PT) disse que ela não iria se manifestar porque não é citada na ação. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo