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Juiz eleitoral apreende mochilas com RS 1,1 mi no PA

19:54 | 02/10/2012
O juiz eleitoral Líbio Araújo Moura, de Parauapebas, no sudeste do Pará, comandou pessoalmente uma operação que redundou na apreensão de R$ 1,134 milhão em notas de R$ 50 e R$ 100 na manhã desta terça no aeroporto de Carajás e na prisão em flagrante de três pessoas, uma delas o piloto de um avião monomotor de propriedade do empresário João Vicente, dono da empresa White Tratores. A Polícia Federal de Marabá abriu inquérito para apurar o caso. Os presos, transportados no mesmo avião apreendido até Marabá, prestaram depoimento no final da tarde.

O dinheiro estava em três mochilas e era conduzido por Rosangela Noronha Machado, 36 anos, e Agnaldo Correia Braga, 37, além do piloto Lucas Silva Chaparro, 32. Segundo denúncia anônima encaminhada a Araújo Moura no final da semana passada, o dinheiro seria usado no pagamento de "boca de urna", no próximo domingo, em suposto favor do candidato do Partido dos Trabalhadores (PT) à prefeitura do município, José das Dores Couto, o Coutinho.

O candidato é apoiado pelo atual prefeito, o também petista Darci Lermen, que teve em João Vicente um dos maiores financiadores das campanhas eleitorais que o levaram ao poder por dois mandatos consecutivos. O empresário e Lermen hoje estariam com relações cortadas. Por ordem do juiz, o dinheiro apreendido foi depositado em uma conta no Banco do Brasil e ficará à disposição da justiça. Ele também pediu ao Banco Central que faça o rastreamento da numeração das cédulas que foram sacadas em uma agência bancária de Belém.

De acordo com a versão apresentada pela ETEC, o dinheiro seria para o pagamento de nota fiscal emitida no dia 20 passado pela empresa White Tratores e Serviços Ltda, localizada em Canaã dos Carajás, por serviços de locação de equipamentos. A White Tratores, segundo um representante da empresa, por estar com problemas junto à rede bancária, teria pedido que a ETEC sacasse o valor em espécie, acrescentando que o dinheiro serviria para pagar seus funcionários na sexta-feira.

As duas empresas negam que o dinheiro teria uso eleitoral e afirmam que os boatos sobre o assunto teriam o objetivo de "denegrir" a imagem do candidato do PT à prefeitura. A direção estadual do PT foi procurada pela reportagem, mas o presidente do partido, João Batista, não retornou as ligações.

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