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Exército e Marinha ocupam favelas do RJ

18:52 | 01/10/2012
Cerca de 1.300 homens do Exército e da Marinha iniciaram nesta segunda a ocupação de favelas do Rio de Janeiro controladas por traficantes ou milicianos para dar apoio às equipes de fiscalização do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RJ). Até sábado, 28 comunidades da zona oeste da cidade e do Complexo da Maré, na zona norte, receberão as tropas. Cada favela será ocupada apenas por um dia, das 8h às 18h. No total, 3 mil militares - sendo 2 mil do Exército e mil da Marinha - estão à disposição do TRE-RJ para serem empregados nas ocupações. No domingo, dia das eleições, o patrulhamento será feito nas proximidades das zonas eleitorais dessas comunidades.

"As Forças Armadas não vão atuar na segurança pública. Elas vão garantir a segurança dos nossos fiscais para que eles consigam coibir ilícitos eleitorais, como propaganda irregular e boca de urna, nesses lugares que ainda não foram pacificados", explicou o presidente do TRE-RJ, desembargador Luiz Zveiter.

Nesta segunda, cerca de 500 homens do Exército estiveram na Favela Gardênia Azul, em Jacarepaguá, controlada por milicianos. Outros 500 entraram na Favela do Muquiço, em Guadalupe, dominada pelo tráfico. Cerca de 300 fuzileiros navais ocuparam a Favela Fogo Cruzado, na Maré. Os militares deram apoio a 80 fiscais do TRE, que retiraram centenas de placas de propaganda irregular de candidatos a prefeito e vereador. A quantidade de material apreendido encheu caminhões da Companhia Municipal de Limpeza Urbana (Comlurb).

O comandante militar do Leste, general Francisco Modesto, disse que os serviços de inteligência das Forças Armadas não detectaram risco de confronto com criminosos dos locais que serão ocupados. "(Em caso de confronto), Todas as regras de engajamento dizem exatamente o que cada soldado deve cumprir dentro da lei."

O emprego de tropas federais nas eleições no Rio foi autorizado no último dia 27 pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Como a operação será de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), os militares que participam das ocupações estão subordinadas aos seus respectivos comandos - e não às autoridades estaduais.

Apesar da intensa movimentação de tropas federais, a rotina das comunidades não foi alterada. Escolas e comércios funcionavam normalmente, e carros de som faziam campanha pelas ruas das favelas. O forte aparato empregado nas ocupações, que contaram com blindados Urutu e Cascavel, despertou a curiosidade dos moradores, que não sabiam que o objetivo dos militares era garantir a lisura do processo eleitoral.

"Nunca vi isso por aqui. É estranho, mas estou gostando. A gente fica mais seguro né?", disse Luana de Jesus, moradora do Muquiço.

Nesta terça, a Marinha ocupará a Favela do Timbau, na Maré. Já o Exército entrará nas favelas Piraquê (Campo Grande), Vila Sapê (Curicica), Vila Vintém (Bangu) e Cosmos (Campo Grande).

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