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Campanha de Serra quer investir no discurso da ética

18:58 | 08/10/2012
A campanha do candidato José Serra (PSDB) pretende investir no discurso da ética no segundo turno da eleição para prefeito de São Paulo. Nessa linha, um dos temas que deverão ser explorados será o julgamento do mensalão no Supremo Tribunal Federal (STF), que tem petistas no banco dos réus, e a indicação da senadora Marta Suplicy (PT-SP) para o Ministério da Cultura (MinC) pela presidente Dilma Rousseff, ocorrida na sequência da entrada dela na campanha do petista Fernando Haddad. Uma fonte ligada ao comitê de campanha de Serra recorre a uma célebre frase do ex-governador do Estado Mário Covas (PSDB), que morreu em 2001, para explicar a estratégia no segundo turno: "Não adianta discutir programas, se não tem caráter."

A coordenação da campanha reuniu-se na manhã desta segunda-feira e definiu que o início da corrida eleitoral neste segundo momento começa 'já'. Como a campanha é bem mais curta, não poderia ser postergada. Por isso, o candidato do PSDB estreou nesta segunda-feira com atividades nas ruas da capital paulista: na Vila Formosa, na zona leste, e Vila Nova, no centro expandido.

Paralelamente às críticas ao mensalão, a campanha pretende comparar as "realizações e capacidade de gestão" de Serra e Haddad. "Nós vamos comparar os projetos realizados pelos dois para a cidade de São Paulo. É uma lavada (o que o candidato tucano fez pela capital) comparado com Haddad", disse a mesma fonte, provocando: "Para São Paulo, Haddad criou algumas coisas, como a taxa do lixo. Além disso, não construiu creches na cidade quando foi ministro da Educação."

Para os tucanos, a ida do PT ao segundo período deste pleito, em vez do ex-candidato Celso Russomanno (PRB), propiciará uma campanha mais focada nos debates e, por causa dos dois partidos (PT e PSDB) terem boa representação em todo o País e já terem comandado muitas administrações, até mesmo a Presidência da República, será possível comparar as duas formas de gestão. O interlocutor tucano admite que a votação na cidade poderá ser nacionalizada: "Essa eleição é, na verdade, uma vitrine nacional, a comparação de dois projetos de governo, do PT e do PSDB."

Alianças - Quanto às alianças nesta nova etapa da disputa pela Prefeitura, os líderes do PSDB apostam na chegada de pelo menos três novas legendas: PTB, PPS e PDT. Hoje, PSD, DEM, PR e PV formam a coligação em torno da candidatura de Serra. Apesar da expectativa de o PMDB fechar acordo com o petista, em razão de a sigla compor a base aliada do governo da presidente Dilma Rousseff, os tucanos afirmam que parte dos diretórios zonais da agremiação estarão com o tucano na segunda etapa. Eles citam que, neste domingo (07), correligionários peemedebistas - como Alaíde Quércia, viúva do ex-governador Orestes Quércia e o ex-secretário municipal de Esportes e Lazer Bebeto Haddad - prestigiaram Serra no evento de comemoração da ida para a segunda fase da campanha.

A campanha tucana pretende contar também com a participação do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e do governador Geraldo Alckmin (PSDB). A participação de Fernando Henrique e Alckmin, no entanto, não deverá ser intensificada em comparação com o primeiro turno. Isso porque os dirigentes tucanos acreditam que Serra tem biografia e experiência suficiente para se mostrar ao eleitorado por si só, sem a necessidade de apoio dos chamados padrinhos políticos.

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