Suplente não vai herdar cargos de Marta nas comissões
Ligado à Igreja Católica, Carlinhos, como é chamado, é conhecido por suas atitudes contra a liberação aborto e o casamento entre pessoas do mesmo sexo, bandeiras de Marta. Preocupada com as posições de seu sucessor, a petista foi flagrada pelo jornal "Correio Brasiliense", na quarta, mostrando à senadora Lídice da Mata (PSB-BA), um e-mail no celular, que classifica o vereador como "evangélico e homofóbico". Marta teria recebido a mensagem de organizações não governamentais, que defendem os direitos dos homossexuais e não querem que Antonio Carlos assuma a relatoria do projeto que criminaliza a homofobia.
"Minha posição é muito semelhante à da Marta", disse Lídice, cotada para substituir a petista na relatoria do projeto na Comissão de Direitos Humanos do Senado. O presidente da Comissão, Paulo Paim (PT-RS), informou que só vai escolher o novo relator depois do primeiro turno das eleições de outubro. "Vou indicar um nome na linha de se construir uma saída negociada para esse projeto", afirmou.
O flagrante dado em Marta criou um mal estar na bancada petista, que teme reflexos na eleição de São Paulo. Escolhida para a Cultura depois de um arranjo eleitoral em troca do engajamento na candidatura do petista Fernando Haddad para a prefeitura de São Paulo, a atitude de Marta poderá dificultar a estratégia do PT de garantir o apoio do PR de Antonio Carlos num eventual segundo turno com Celso Russomanno (PRB). O PR está hoje coligado ao tucano José Serra.
"Esse vereador já está na campanha do Serra e seu apoio não vai ser decisivo para o Haddad, em um segundo turno eleitoral", argumentou Lídice da Mata, ao tentar minimizar o episódio. A data da posse de Antonio Carlos no Senado ainda não foi marcada. Até quinta à tarde, ele ainda não havia entregado os documentos necessários para ir para a vaga de Marta.