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Roberto Cláudio: candidato apresenta propostas para área de Cultura

06:00 | 30/09/2012

O Vida & Arte Cultura de domingo (30/9) destaca as propostas de cada um dos dez candidatos à prefeito de Fortaleza na área da cultura. Eles responderam a um questionário elaborado a partir do depoimento de cinco artistas e produtores que atuam na cidade: Silvia Moura, do Fórum de Dança; Silas de Paula, do Instituto de Fotografia (Ifoto); Kelsen Barros, do Fórum de Literatura; Thiago Barros, do coletivo “Todo teatro é político”; e Duarte Dias, da Associação Cearense de Cinema e Vídeo. Veja abaixo as respostas dos candidatos na íntegra.

ROBERTO CLÁUDIO/PSB
OP - Que programas, equipamentos e ações culturais promovidos na gestão de Luizianne o senhor pretende continuar na sua gestão?

Roberto Cláudio - O principal é estruturar o sistema municipal de cultura. Ele é um importante instrumento para uma política pública duradoura. Não há razão para finalizar as atividades que funcionam e atendem às necessidades da população e dos artistas. Mas é preciso que haja programas consistentes e permanentes nos equipamentos culturais, bem como devem ser concluídos os projetos. Os CUCA’s e a Vila das Artes, por exemplo, não foram concluídos. A Praia de Iracema não tem projeto, a proposta precisa ir além de construir um calçadão. O Teatro São José, hoje abandonado, pode ser transformado em Teatro Municipal. O projeto da Casa da Fotografia está pronto há anos e não saiu do papel. A área de cultura é estratégica para o desenvolvimento da cidade, portanto não pode funcionar sem recursos financeiros e capital humano qualificado.

OP - Como o senhor pretende formar os quadros de funcionários na área da cultura? Acha essencial ter técnicos especializados ou pode mesclá-los com nomes de aliança política?

Roberto Cláudio - A cultura precisa de pessoas qualificadas em gestão, de preferência, com larga experiência na área. O perfil que desejamos para todos que venham a trabalhar na gestão da cultura é: competência técnica, sensibilidade para dialogar com artistas e produtores e pensamento estratégico. No nosso governo a cultura ganhará centralidade nas políticas públicas, pois seus impactos se espraiam por todos os setores da vida social. O tripé cultura, esporte e educação serão pensados de forma intersetorial e articulados para alcançarem resultados transformadores na vida dos fortalezenses.

OP - O senhor assume o compromisso de repassar integralmente o percentual garantido por lei para o Fundo Municipal de Cultura?

Roberto Cláudio -
Assumimos este compromisso, pois entendemos ser a cultura estratégica para o nosso Governo. Vivemos numa cidade desigual e a cultura pode ser o elemento chave para reduzir este fosso que separa os fortalezenses. A Fortaleza criativa, inovadora e empreendedora que desejamos construir coletivamente será uma grande oportunidade de geração de riqueza e criação de espaços de convivência social e cultural.

OP - Setores como educação e saúde têm bem delineados até onde vai a responsabilidade do Município. No caso da saúde, a Prefeitura deve cuidar da atenção primária, no caso da educação, fica responsável pelo Ensino Fundamental. Com a cultura é diferente, não há nada pré-determinado. O que o senhor entende como principal encargo da prefeitura nessa área?

Roberto Cláudio - A área de cultura não será tratada como sendo um ônus para administração municipal. Ao contrário, todo recurso investido em cultura é um grande investimento. Por isso a consideramos como estratégica para o desenvolvimento econômico e social da cidade. O poder público precisa reconhecer esta centralidade e apoiar todas as iniciativas, projetos e programas que contribuam para o fortalecimento das dimensões práticas e simbólicas da cultura.

OP - O senhor pretende continuar a política de editais? Que áreas e linguagens devem ser priorizadas?

Roberto Cláudio - A política cultural do município não pode se restringir apenas ao entretenimento ou editais. Os editais são um instrumento da política pública. Queremos fortalecer os editais, mas desejamos construir com os setores ligados à cultura uma política pública consistente e planejada. Vamos manter os projetos que já entraram no calendário cultural da cidade, buscando aperfeiçoá-los para que mais fortalezenses possam ter acesso e usufruam desses investimentos. Também será ampliada a rede de apoio à produção artística e garantiremos que estes projetos tenham espaço para serem apresentados.Vamos olhar para o setor cultural de forma global, sem criar discriminações. Por isso, construiremos com todas as linguagens um projeto de desenvolvimentopara a área. Fortaleza é uma cidade vocacionada para as artes e a cultura, portanto faremos todo o possível para apoiar o maior número de projetos e ações. Portanto, o incentivo à cultura deve ser feito de forma transparente e democrática, não priorizando pequenos grupos ou poucas entidades. Vamos criar um amplo programa de formação e qualificação em todas as linguagens artísticas, para garantir que todos tenham acesso ao incentivo público. Vamos recuperar,ampliar e integrar os diversos equipamentos de cultura do Município.

OP - Uma reclamação frequente é a demora no repasse das verbas, de que maneira o senhor imagina agilizar isso?

Roberto Cláudio - Isso ocorre por dois motivos: morosidade burocrática e falta de recursos. Ambos evidenciam a falta de prioridade do poder público municipal. Vamos modificar essa realidade com melhor qualificação dos funcionários, redução nas etapas do processo, resolução de pendências entre proponentes e técnicos e recursos garantidos para o setor de cultura. Esse compromisso significa inverter prioridades para atender à demanda do setor cultural.

OP - O senhor pretende ceder o Teatro São José para o Governo do Estado ou ele deve permanecer com a prefeitura e virar o teatro municipal? A obra de restauro seria priorizada na sua gestão?

Roberto Claudio -
O projeto do Teatro São José será priorizado a partir do primeiro dia da gestão. Vamos reformá-lo para ser uma referência da cidade. Toda metrópole do mundo que valoriza a cultura tem um Teatro Municipal. Aqui está abandonado. O Governo do Estado será procurado para discutirmos um acordo que beneficie à classe artística e à população.

OP - O senhor planeja juntar forças com outros espaços que já estão mais próximos da população – como os Pontos de Cultura - para ampliar o acesso à leitura, formação, etc?

Roberto Cláudio -
Todas as iniciativas de artistas, associações, grupos e coletivos existentes serão integradas à política pública cultural. O que funciona bem precisa de apoio do poder público para expandir suas ações e projetos. O que queremos é uma gestão participativa e democrática, que inclua e integre às diferenças.

Confira a entrevista de todos os candidatos.

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