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Revisor absolve ex-secretário do PTB de corrupção

19:37 | 26/09/2012
O ministro Ricardo Lewandowski, revisor do processo do mensalão no Supremo Tribunal Federal (STF), votou nesta quarta pela absolvição do ex-secretário-geral do PTB Emerson Palmieri dos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Lewandowski considerou que não há provas de que Palmieri tenha ajudado o presidente do partido, Roberto Jefferson, e o ex-deputado federal pelo PTB Romeu Queiroz (MG) a praticar o crime de corrupção passiva.

Ao citar uma série de depoimentos, o revisor disse que, embora tenha participado de algumas operações com o esquema de Valério, Palmieri não era tesoureiro do PTB, nem sequer cuidava das finanças do partido. Lewandowski afirmou que teve "mais dúvidas do que certezas" ao analisar a participação de Palmieri no esquema. Palmieri fez uma série de saques para a cúpula do partido.

O ministro afirmou que a situação é complexa porque o ex-secretário do PTB era uma "pessoa onipresente, era quase que uma alma do partido". Mas, na avaliação de Lewandowski, ele não colocou a "mão no dinheiro, era coadjuvante". "Não obstante o vasto conjunto probatório, restam dúvidas sobre participação dele nos delitos", observou.

Lewandowski disse ainda que a viagem de Palmieri, Valério e Rogério Tolentino, ex-advogado das empresas do publicitário, a Portugal em 2005 não teve "natureza política". O Ministério Público sustenta que a viagem tinha como objetivo levantar 8 milhões de euros da Portugal Telecom para quitar dívidas da campanha municipal de 2004 do PTB e do PT. Para o ministro, a viagem teve outro propósito: assegurar que a agência de Valério manteria a conta de publicidade da Telemig, empresa que poderia ser comprada pela Portugal Telecom, através da Vivo no Brasil.

O revisor disse que também não houve provas de que ele tenha cometido lavagem de dinheiro nas operações financeiras. Ao final do voto, o ministro Joaquim Barbosa, relator da ação, afirmou que considera "esdrúxula" a viagem feita pelo trio. Ele ressaltou que cabe aos ministros interpretar o que está por trás dessa "bizarra viagem".

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