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Recluso, Palocci evita campanha em seu reduto eleitoral

18:16 | 04/09/2012
Recluso desde que foi exonerado do comando da Casa Civil, em 7 junho do ano passado, o ex-ministro Antonio Palocci não participará do processo eleitoral de 2012 e, dificilmente, ao menos no curto prazo, voltará para a política. É a primeira vez, em 24 anos, desde que foi eleito vereador, em Ribeirão Preto, em 1988, que Palocci não pedirá votos para ele ou para qualquer candidato do PT. "Ser demitido duas vezes, como ele foi, é muito para uma liderança política como o Palocci, que doou parte de sua vida para o partido", disse uma liderança petista.

A primeira exoneração de Palocci, ministro da Fazenda do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em março de 2006, ocorreu pela suspeita de envolvimento do ex-ministro na quebra do sigilo bancário de Francenildo Santos Costa. Nildo, como é chamado, era caseiro da residência em Brasília (DF) onde Palocci se reunia com membros da chamada "República de Ribeirão Preto". Na segunda exoneração, onde ocupava o posto da Casa Civil no início do governo da presidente Dilma Rousseff, Palocci foi acusado de não declarar ganhos com sua consultoria, a Projeto.

Em vez de voltar à política, na última eleição que disputou, em 2006, se elegeu deputado federal mais votado pelo PT em São Paulo com 152.246 votos, Palocci optou justamente por continuar com as consultorias empresariais. Em Ribeirão Preto (SP), cidade que governou por duas vezes, o ex-ministro será representado na campanha do candidato do PT à prefeitura, o juiz aposentado João Gandini, por sua mãe, Antonia Palocci, a Dona Toninha.

"Na conversa que tive com o Palocci ele me disse: estou longe de política partidária e não vou participar. Respeito a posição, é uma opção que ele tomou e a mãe dele está aqui me apoiando", disse Gandini. O candidato preferiu não insistir pelo apoio do ex-ministro. "Não me senti à vontade para perguntar as razões que ele teve", completou Gandini.

Dona Toninha confirmou, à Agência Estado, que seu filho não está envolvido em qualquer campanha este ano, embora mantenha contato com dirigentes do partido. "Eu estou fazendo o que posso (pelo candidato Gandini)", disse. Segundo a mãe de Palocci, o ex-ministro-chefe da Casa Civil está "focado no trabalho mesmo" e já superou o episódio que culminou com sua saída do governo. "Ele faz o que gosta e não tem ressentimentos", contou. O ex-ministro não foi localizado para comentar sua ausência nas campanhas.

Surpresa

Sem Palocci e ainda sem a aparição do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no programa eleitoral - que deve ocorrer na semana que vem - Gandini surpreendeu e saiu de 4% para 12% nas duas pesquisas de intenção de voto feitas pelo Ibope, divulgadas, respectivamente, em 19 de julho e em 30 de agosto pela EPTV, afiliada da Rede Globo. Ganhou ainda o apoio de lideranças nacionais, com as visitas dos deputados federais petistas Arlindo Chinaglia e Ricardo Berzoini, e do ministro da Saúde, Alexandre Padilha.

Já o presidente do PT de Ribeirão Preto, Pedro Sampaio, fala como se conformasse com a ausência do ex-ministro, apontado como a principal liderança política da história da cidade do interior paulista. "Quanto ao fato de ele aparecer, ou não, não podemos cobrar do companheiro que ele esteja em todos os lugares, em todos os momentos; o PT tem de andar, indiferente dos companheiros", avaliou Sampaio.

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