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'Política não é necessariamente corrupta', diz ministra

18:19 | 27/09/2012
A ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Cármen Lúcia fez nesta quinta-feira (27) um desabafo ao concluir o seu voto com que condenou 12 réus do processo do mensalão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Responsável pelas eleições municipais deste ano, como presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Cármen Lúcia disse que sua manifestação não pode ser vista como motivo de "desesperança na política".

"Este é um julgamento de direito penal em que nós julgamos pessoas que eventualmente tenham errado e contrariado o direito penal. Mas que, obviamente, isso não significa, principalmente para os jovens, que a política seja necessariamente ou sempre corrupta. Pelo contrário: a humanidade chegou ao momento em que nós chegamos porque é a política ou a guerra", afirmou.

Cármen Lúcia conclamou os eleitores, principalmente os jovens, para que não ficassem desacreditados com a política a dez dias do primeiro turno das eleições municipais "por causa de erro de um ou outro". A ministra disse que quem exerce cargo político tem de atuar "com mais rigor em termos de ética e de cumprimento de leis do que aquele que resolve cuidar apenas das suas próprias coisas".

A magistrada disse que, principalmente nos casos de corrupção, toda a sociedade é furtada. "Pela escola que não chega, pelo posto de saúde que não se tem, pelo saneamento básico que tantas centenas de cidades brasileiras não têm, exatamente pelo escoadouro dessas más práticas, dessas criminosas práticas", afirmou, ressaltando que a conduta leva também ao "furto da desesperança de uma sociedade que chega às vésperas de uma eleição como agora".

Cármen Lúcia lembrou que a política é necessária. "O meu voto não é absolutamente qualquer desesperança na política, menos ainda uma desconsideração da necessidade da política. É a crença nela para que todos nós nos conduzamos com mais rigor", destacou. "É porque eu sei que a política é necessária, e que ela é difícil, e que a ética é a única forma possível de a gente viver em sociedade. A gente vota com tristeza num caso como esse, mas que eu tenho que votar", concluiu.

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