O Vida & Arte Cultura de domingo (30/9) destaca as propostas de cada um dos dez candidatos à prefeito de Fortaleza na área da cultura. Eles responderam a um questionário elaborado a partir do depoimento de cinco artistas e produtores que atuam na cidade: Silvia Moura, do Fórum de Dança; Silas de Paula, do Instituto de Fotografia (Ifoto); Kelsen Barros, do Fórum de Literatura; Thiago Barros, do coletivo “Todo teatro é político”; e Duarte Dias, da Associação Cearense de Cinema e Vídeo. Veja abaixo as respostas dos candidatos na íntegra.

MARCOS CALS/PSDB
O POVO - Que programas, equipamentos e ações culturais promovidos na gestão de Luizianne o senhor pretende continuar na sua gestão?

Marcos Cals - Os Cucas poderiam ser hoje exemplos bem-sucedidos de equipamentos socializadores e promotores da Cultura. Entretanto, após 8 anos de gestão, temos apenas uma unidade funcionando para atender toda a população. Já que a Prefeitura não teve competência para construir os seis Cucas prometidos, nós iremos fazer. A ideia dos editais também é boa, mas precisa ser melhorada. Tenho escutado muitos artistas se queixarem de atraso no repasse e outros problemas de ordem operacional. O Salão de Abril está acanhado, e precisamos tratá-lo como uma instituição da cidade. O réveillon também pode ser melhor organizado, com mais segurança para a população e com maior participação dos artistas da terra.

OP - Como o senhor pretende formar os quadros de funcionários na área da cultura? Acha essencial ter técnicos especializados ou pode mesclá-los com nomes de aliança política?

Marcos Cals - Não formaremos o nosso quadro profissional valendo-se de influência política, como acontece hoje, por exemplo, com os diretores de escolas. Escolheremos os profissionais mais capacitados e preparados, independentemente de posições políticas e ideológicas.

OP - O senhor assume o compromisso de repassar integralmente o percentual garantido por lei para o Fundo Municipal de Cultura?

Marcos Cals - Quem me conhece, sabe: sou legalista. Se é lei, não preciso assumir compromisso algum. É lei? Então vai ser cumprido. Seja na Cultura, na Educação, na Saúde... Lamento que a atual gestão não pense da mesma forma.

OP - Setores como educação e saúde têm bem delineados até onde vai a responsabilidade do Município. No caso da saúde, a Prefeitura deve cuidar da atenção primária, no caso da educação, fica responsável pelo Ensino Fundamental. Com a cultura é diferente, não há nada pré-determinado. O que o senhor entende como principal encargo da prefeitura nessa área?

Marcos Cals - Devemos estimular as novas manifestações artísticas e, ao mesmo tempo, preservar aquelas tradições que formam a identidade do nosso povo. Nesse sentido, iremos ampliar os editais, criar a TV For e integrar o lazer à cultura, através da criação de espaços abertos à apresentação de artistas de bairro. Além disso, iremos preservar a nossa história, construindo o Museu de Fortaleza e reestruturando o nosso patrimônio cultural: prédios, praças e monumentos. O PSDB tem experiência nesta área. Foi a gestão tucana que construiu o Centro Cultural Dragão do Mar, pólo cultural de referência em Fortaleza.

OP - O senhor pretende continuar a política de editais? Que áreas e linguagens devem ser priorizadas? Uma reclamação frequente é a demora no repasse das verbas, de que maneira o senhor imagina agilizar isso?

Marcos Cals - A primeira modificação essencial é cumprir os prazos estabelecidos, respeitando-os rigorosamente, como ocorre em quaisquer outros editais públicos de outras áreas. Isso em respeito aos criadores, aos artistas e aos produtores. Quanto a outras alterações, prefiro ouvir as entidades representativas dos artistas, fortalecer o diálogo e aprimorar o que for possível para democratizar cada vez mais a Cultura.

OP - O senhor pretende ceder o Teatro São José para o Governo do Estado ou ele deve permanecer com a prefeitura e virar o teatro municipal? A obra de restauro seria priorizada na sua gestão?

Marcos Cals - O Teatro São José precisa ser recuperado pela Prefeitura. É um importante equipamento de cultura e com grande valor. Além disso, é um espaço que poderia estar sendo utilizado como difusor da cena cultural aqui em Fortaleza. Por tudo isso, minha administração irá reformar e revitalizar o Teatro São José, devolvendo aos fortalezenses esse pedaço da nossa história.

OP - O senhor planeja juntar forças com outros espaços que já estão mais próximos da população – como os Pontos de Cultura - para ampliar o acesso à leitura, formação, etc?

Marcos Cals - Os pontos de cultura são importantes agentes difusores e promotores de conhecimento. É imprescindível aproximar a administração municipal dessas iniciativas e abrir diálogo para elevar não só o nosso nível cultural, mas também da Educação.

Confira a entrevista de todos os candidatos.