Marco Aurélio condena oito réus por lavagem de dinheiro
Até agora, já são sete votos pela condenação da ex-presidente e acionista do Rural, Kátia Rabello; do ex-vice-presidente operacional do banco, José Roberto Salgado; do publicitário Marcos Valério; seus ex-sócios Ramon Hollerbach e Cristiano Paz; e a ex-diretora financeira da agência SMP&B, Simone Vasconcelos. Samarane e o ex-advogado de Valério, Rogério Tolentino, já foram considerados culpados por cinco ministros, faltando apenas um para confirmar a condenação. Ayanna já está absolvida, enquanto Geiza Dias, ex-funcionária de Valério, tem quatro votos pela absolvição e três pela condenação.
Marco Aurélio resumiu seu voto e acabou abordando basicamente as questões de Tolentino e Geiza. Em relação ao advogado, ele destacou que houve lavagem pelo fato de o advogado ter participado do esquema ao fazer um empréstimo de R$ 10 milhões que teria servido para ocultar desvios de recursos do Banco do Brasil no contrato da Visanet.
Em relação a Geiza, ele a definiu como "autora material" da lavagem. Fez referência à máfia para dizer que ela tinha a confiança de Valério para encaminhar as ordens para o pagamento. Afirmou ainda que sua absolvição teria que ocorrer apenas se o entendimento fosse de que não ocorreu qualquer crime em toda a operação. "A absolver Geiza devemos absolver a todos porque então a lavagem de dinheiro teria ficado no campo da simples cogitação, dos autores intelectuais".
Disse ainda que votava pela absolvição de Samarane por coerência. Na época dos fatos, ele era subordinado a Ayanna. Para Marco Aurélio, se nem ela participou dos crimes, Samarane também não poderia ter atuado.