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André Ramos: candidato apresenta propostas para área de Cultura

06:00 | 30/09/2012

O Vida & Arte Cultura de domingo (30/9) destaca as propostas de cada um dos dez candidatos à prefeito de Fortaleza na área da cultura. Eles responderam a um questionário elaborado a partir do depoimento de cinco artistas e produtores que atuam na cidade: Silvia Moura, do Fórum de Dança; Silas de Paula, do Instituto de Fotografia (Ifoto); Kelsen Barros, do Fórum de Literatura; Thiago Barros, do coletivo “Todo teatro é político”; e Duarte Dias, da Associação Cearense de Cinema e Vídeo. Veja abaixo as respostas dos candidatos na íntegra.

ANDRÉ RAMOS/PPL
O POVO -
Que programas, equipamentos e ações culturais promovidos na gestão de Luizianne o senhor pretende continuar na sua gestão?

André Ramos - Vila das Artes, Mercado dos Pinhões e Passeio Público. A Vila é importantepara disseminar as expressões artísticas, além de torná-lo um grande centro dedifusão das artes de Fortaleza, dando mais autonomia. Além disso, queremosa Vila das Artes como centro de capacitação técnica para as produçõesartísticas.Em relação ao Mercado dos Pinhões é necessário torná-lo um espaçoverdadeiramente público, com um calendário anual de atividade cultural comtodas as linguagens culturais.Para o Passeio Público queremos fazer um resgate do reviver o Centro deFortaleza. Em relação ao Carnaval de Fortaleza, queremos tornar um marcode expressão de cultura e identidade, para que o fortalezense tenha orgulho deficar na Capital e participar desta festa que é tão bonita.

OP - Como o senhor pretende formar os quadros de funcionários na áreada cultura? Acha essencial ter técnicos especializados ou pode mesclá-los com nomes de aliança política?

André - A cultura não é uma relação política é a identidade de um povo. Existem os técnicos especializados que conhecem as relações das ações de cultura,mas também devem existir pessoas que vivam a cultura. A melhor forma deentender um pouco da ciência e da tecnologia é, também, ter a prática que são as pessoas que vivenciam o dia a dia.A pasta da cultura está além da política. A política nada mais é que a referência de relações, mas a cultura não. É a nossa identidade é o que nós queremos viver e as percepções do povo.

OP - O senhor assume o compromisso de repassar integralmente o percentual
garantido por lei para o Fundo Municipal de Cultura?

André - Sim. A proposta de Gestão para Fortaleza pelo Partido Pátria Livre vai apresentar uma mensagem à Câmara Municipal propondo a criação de uma Lei Municipal de Cultura. Essa legislação se faz necessária para fixarum percentual de gastos para o Orçamento Municipal, bem como para aconsolidação de uma política pública duradoura e amplamente debatida pelaclasse artística.Além disso, queremosincrementar 3% do orçamento municipal para a cultura. É fundamental destacar que a cultura não é, apenas, um espaço para eventos. No entanto, precisamos fortalecer a autoestima da cidade, do povo de Fortaleza, com sua própria identidade. A cultura, no nosso Governo, não será uma pasta menor, e sim uma construção da ideia de identidade a partir das relações sociais de nossa Cidade. Não apenas isso, queremos incentivar também a produção musical dos diversos estilos musicais característicos do carnaval e a circulação descentralizada dos eventos alcançando a periferia da Cidade. Além de garantir a manutenção dos grupos de maracatus e estender a circulação desta modalidade artística para períodos alternativos ao carnaval. Além disso, o Partido Pátria Livre pretende realizar a construção de seis Cines Clubes, um cada regional da Cidade, com a capacidade de mil lugares, a preços populares.

OP - Setores como educação e saúde têm bem delineados até onde vai aresponsabilidade do Município. No caso da saúde, a Prefeitura deve cuidar da atenção primária, no caso da educação, fica responsável pelo Ensino Fundamental. Com a cultura é diferente, não há nada pré-determinado. O queo senhor entende como principal encargo da prefeitura nessa área?

André -
Mapear as expressões culturais que identificam o fortalezense. Depoisqueremos fortalecer a circulação, a produção, fomentar o público e adivulgação destas expressões. Portanto, o papel da Prefeitura Municipal deFortaleza é, exatamente, o fortalecimento dessa identidade, fazendo circularpor toda a Cidade, vivenciando, se mantendo e tendo a sua autonomiacondutora.

OP - O senhor pretende continuar a política de editais? Que áreas e linguagens devem ser priorizadas? Uma reclamação frequente é a demora no repasse das verbas, de que maneira o senhor imagina agilizar isso?

André - A política de editais deve ser continuada, no entanto, deve ser aprimorada.Para isso, queremos rever as atuais regras para os editais, visando popularizaro acesso com o incentivo à formação de grupos artísticos nas mais diversasmodalidades.Os editais precisam, ao mesmo tempo, ter agilidade, identificar as contradiçõese conseguir ter o maior número de pessoas e de expressões culturais alavancadas e contempladas. Em relação às verbas, a burocracia tem essa dificuldade. Temos que vencereste desafio do pagamento, porque dinheiro tem. Precisamos vencer estasrelações, fazendo com que as verbas cheguem lá na ponta.As relações culturais são mais difíceis para burocratizar, pois são bem maisrápidas e leves que a burocracia, portanto, este desafio é a construção demecanismos, transparentes e corretos, mas que sejam desburocratizados eágeis para a execução das verbas e investimentos em cultura.

OP - O senhor pretende ceder o Teatro São José para o Governo do Estado ouele deve permanecer com a prefeitura e virar o teatro municipal? A obra derestauro seria priorizada na sua gestão?

André - Não vamos ceder o Teatro São José. Já está, inclusive, no Plano de Governo do PPL a restauração do patrimônio histórico municipal, destinando esses prédios a comporem novos e reequipados equipamentos culturais como é ocaso do Teatro São José.Queremos fortalecer as artes, com a construção de um Teatro Municipal,mantendo uma relação do povo de Fortaleza, através das mais variadasexpressões com este espaço público.

OP - O senhor planeja juntar forças com outros espaços que já estão mais próximos da população – como os Pontos de Cultura - para ampliar o acesso à leitura, formação, etc?

André - Sim. É importante não somente os pontos de cultura, mas é necessária aconstrução de bibliotecas populares, projetos em parceria com as associações comunitárias, de entidades, de sindicatos. Vejo que é importante para quepossamos construir uma grande rede cultural. Não somente com o que tem aPrefeitura, mas o que há na sociedade civil. Apenas desta forma, teremos ascondições para retirar a cultura da marginalização que se encontra hoje para setornar um grande movimento para a autoestima do povo fortalezense.

Confira a entrevista de todos os candidatos

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