Russomanno diz que adversários 'não sofreram como ele'
Na entrevista para a série Entrevistas Estadão, o candidato do PRB definiu-se como um político de centro, elogiou o trabalho dos militares - mas declarou não "apoiar o regime militar" - e negou que seu partido seja o braço político da Igreja Universal. "Apenas 20% (dos quadros) são evangélicos e desses 6% da (Igreja) Universal", comentou.
Ao ser questionado sobre o pagamento de passagens aéreas para membros de sua família com a sua verba parlamentar entre 2008 e 2009, Russomanno alegou que não se tratava de "dinheiro público". "Eu recebia um crédito para o Celso Russomanno. Posso usar do jeito que eu quiser. Sou um legalista, pratico o que está na lei", defendeu-se.
E se queixou: "Se eu recebo como parlamentar e doei (todos os) meus salários para o Instituto Nacional de Defesa do Consumidor (do qual é sócio-fundador), ninguém fala disso."
Quando indagado sobre sua relação com o empresário Laerte Codonho, dono da marca Dolly, que produz refrigerantes, e seu sócio em uma produtora de vídeos, Russomanno cravou: "Esse é um cara digno de ser respeitado. Não existe ilegalidade em ele ser meu sócio". De acordo com reportagem publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo, Russomanno fez lobby para o empresário no Congresso em ação movida pela Coca-Cola contra a Dolly. A Dolly então patrocinou um programa que o candidato tinha na TV Gazeta e Codonho doou R$ 250 mil para sua campanha ao governo do Estado de São Paulo, em 2010.
Proclamando-se "o microfone de quem não pode falar", Russomanno criticou a falta de segurança na cidade de São Paulo e, quando questionado sobre os planos para melhorar o setor, afirmou: "É tudo que você (jornalista) puder imaginar". E, depois de ressaltar que a segurança é atribuição do governo estadual, prosseguiu: "Vamos reativar a Guarda Civil Metropolitana. Os uniformes (estão) velhos, desgastados. Vamos fazer dela a melhor do Brasil. Vão autuar, (fazer) prisão em flagrante", detalhou.
No transporte, Russomanno afirmou que vai trabalhar na educação do motorista especialmente para lidar com os ciclistas no trânsito.