Mensalão: cada ministro votará como quiser
"Eu julgarei seguindo essa lógica da denúncia a começar pelo item 3, como fiz em 2007", afirmou Barbosa, no início do voto. Lewandowski interrompeu o relator, dizendo-se que se opunha a essa maneira de votação. "Essa tentativa ou essa proposta de fatiar a votação ou fatiar a leitura do voto, isso é antirregimental", rebateu o revisor. Os dois discutiram, tendo o relator dito que Lewandowski quis ofendê-lo ao nem sequer ouvir a forma de voto dele.
Diante do impasse, o presidente do Supremo, Ayres Britto, sugeriu, após a discussão entre os ministros, que cada um adotasse a forma que quisesse. O ministro Marco Aurélio Mello criticou a forma de votação de Barbosa, ao ressaltar que os ministros precisam ter uma visão orgânica. "Não compareci à Corte para pronunciar-me em doses homeopáticas", afirmou.
Mello ressaltou que a forma estabelecida por Barbosa poderia levar a uma decisão "capenga" no caso do colega Cezar Peluso, que se aposenta no dia 3 de setembro. O ministro disse que poderia ocorrer de Peluso só votar em parte do processo. "Não se atua dividindo o pronunciamento judicial", disse. "Entendo que, com o método estabelecido em seu voto, o relator deve ser exaustivo", completou.
O relator esclareceu aos colegas que fará uma leitura de todo seu voto de uma vez, mas levando em conta o formato estipulado pela denúncia. Ou seja, não votará um item e esperará os votos dos demais ministros da Corte para prosseguir. Após consultar os ministros, o presidente do Supremo informou que cada magistrado poderá votar da forma como quiser.