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Marta aceita gravar para Haddad, mas sem Maluf

21:03 | 26/08/2012
A senadora Marta Suplicy (PT-SP) concordará em gravar mensagem de apoio ao candidato do PT à Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad, no horário eleitoral, mas não quer aparecer em nenhum ato ao lado do deputado Paulo Maluf (PP), que aderiu à campanha petista. A decisão de Marta será comunicada nesta segunda-feira ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com quem ela vai almoçar.

Na semana passada, a presidente Dilma Rousseff fez um apelo à senadora para que ela ajudasse Haddad. Nas duas conversas mantidas no Palácio do Planalto, Dilma pediu a Marta que apresentasse o ex-ministro da Educação aos eleitores de São Paulo, principalmente na zona leste, onde ele vem perdendo votos para Celso Russomanno (PRB).

Desde que foi obrigada por Lula e Dilma a desistir da candidatura para o lançamento de Haddad, no ano passado, a senadora tem se recusado a entrar na campanha do PT. Agora, Marta cederá aos apelos de Lula, mas com algumas condições. Não quer, por exemplo, ver Maluf por perto, embora o deputado também tenha apoiado sua frustrada tentativa de reeleição, no segundo turno da campanha de 2004, quando ela perdeu a Prefeitura para José Serra, do PSDB.

"Eu pensava que teria pesadelos com o (prefeito Gilberto) Kassab. Imagine agora com o Maluf", disse a senadora, em junho, quando o PT fechou aliança com o deputado do PP, que é acusado de lavagem de dinheiro e tem o nome no alerta vermelho da Interpol (Polícia Internacional).

Lula foi à casa de Maluf, naquele mês, e tirou votos com o deputado no dia em que ele anunciou o apoio a Haddad. A estratégia deu errado e, depois disso, o candidato do PT caiu nas pesquisas de intenção de voto. O ex-presidente até hoje atribui o que os petistas chamam de "tiro no pé" a integrantes do Diretório Municipal do PT e ao próprio candidato, que o teriam convencido da necessidade de posar ao lado de Maluf.

Além de se recusar a aparecer junto com Maluf, Marta não pretende gastar sola de sapato por Haddad. Ela irá a um ou outro compromisso da campanha e subirá no palanque do ex-ministro, mas não com a frequência que desejam os petistas.

Em março, Marta disse ao Estado que Haddad precisava "gastar sola de sapato" para sair do anonimato. Recomendou, ainda, que ele prestasse atenção nas alianças. "O restante é conhecer os problemas da cidade e conquistar a militância. Ninguém pode substituir nem fazer isso pelo candidato", afirmou a senadora, à época.

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