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Gianazzi propõe extinguir Tribunal de Contas de SP

18:01 | 16/08/2012
Com repertório recheado de críticas ao que chamou de "a velha política", o candidato do PSOL à Prefeitura de São Paulo, Carlos Gianazzi, afirmou durante entrevista ao Grupo Estado, nesta quinta (16), que pretende extinguir o Tribunal de Contas do Município (TCM), caso seja eleito no pleito de outubro deste ano. Para ele, o órgão representa "uma herança maldita do regime militar". "Vamos extinguir o TCM, que consome mais de R$ 230 milhões dos cofres públicos por ano. É um cabide de emprego (com as indicações dos conselheiros pela Prefeitura). A cidade toda lutando contra a especulação imobiliária e vai lá o (prefeito Gilberto) Kassab e indica o Domingos Dissei, um empreiteiro, para o cargo", criticou.

Gianazzi abriu a série de Entrevistas Estadão com os 12 candidatos que disputam a Prefeitura de São Paulo. Os encontros vão ser realizados sempre às 15h e podem ser acompanhados, ao vivo, pela página da TV Estadão no portal Estadão.com.br. Os leitores também podem participar, enviando perguntas pela página da editoria de Política do Estado no Facebook ou pelo Twitter, usando a hashtag #Estadão. Amanhã (17), o entrevistado será Levi Fidelix (PRTB).

Além de pregar a extinção do TCM, o candidato do PSOL disse também que a cidade de São Paulo está dominada por máfias. Ele citou, ao menos, cinco áreas em que esses supostos grupos estariam atuando na cidade: lixo, merenda escolar, serviço funerário, transporte e especulação imobiliária. Para combater esses grupos, Gianazzi propôs a criação de um comitê com representantes de todas as polícias para o embate. "Faremos uma devassa nessas máfias", prometeu.

De acordo com Gianazzi, o seu partido, o PSOL, é o único com autonomia para encarar esses grupos porque "não é sustentado pelas grandes empreiteiras e pelos grandes empresários". "Os outros têm o rabo preso", opinou. Questionado sobre quem eram os outros, Gianazzi apontou o PSDB e o PT como os dois principais atores, além do que classificou de "partidos satélites, que orbitam ao redor desses dois", como o PMDB, PDT, PSD e o PPS.

Com menos de um minuto na propaganda do horário eleitoral gratuito no rádio e na TV (57s), Gianazzi afirmou que pretende usar o prestígio "ético e combativo" dos integrantes de seu partido para convencer o eleitorado. Ele já realizou sessões de fotos com o candidato do PSOL à Prefeitura do Rio de Janeiro, Marcelo Freixo, e fará, nesta sexta-feira (17), caminhada em São Paulo com o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), "que foi uma das vozes mais ativas na CPI do Cachoeira". E avalia: "Um militante do PSOL vale por mil cabos eleitorais das outras candidaturas." Ele disse também que recebeu apoio da base petista na Capital, sobretudo dos professores. "Eles começam a aparecer por causa da aliança que o Haddad (Fernando Haddad, candidato do PT à Prefeitura) fez com o (deputado federal pelo PP, Paulo) Maluf."

Choque

Na entrevista ao Grupo Estado, Gianazzi defendeu também um "choque" de investimentos na educação pública, pois no seu entender é o principal instrumento de desenvolvimento, e um "choque de gestão democrática". Entre as mudanças que planeja para a administração municipal, caso seja eleito, ele citou a instituição de eleições para os subprefeitos da cidade e uma "maior participação popular". "O Kassab militarizou as subprefeituras. (Instauraria) eleições diretas para as sub, para decidir o orçamento e faria o planejamento participativo e fortaleceria os conselhos gestores. Quanto mais transparência, menos corrupção. Vamos estimular a participação popular."

Gianazzi afirmou também que é contrário à instalação de pedágios urbanos na cidade de São Paulo: "É um crime contra a população. Nós defendemos investimentos em transporte de massa, especialmente em trem e metrô e a construção de 150 quilômetros de corredores de ônibus."

Na saúde, Gianazzi defendeu a valorização dos profissionais da área, com aumento de salário, e a construção de novos hospitais. "Faria, ao menos, mais três unidades".

Gianazzi afirmou ainda que tentaria o refinanciamento da dívida pública de São Paulo com a União. "Nenhum prefeito teve coragem de fazer esse enfrentamento. O PSDB foi governo e não fez. A Marta governou com o Lula e não fez. Eles mentem (que tentaram fazer) porque tiveram a oportunidade e não fizeram."

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