Duda é "figura externa ao mensalão", afirma defesa
Em novo texto entregue ao Supremo Tribunal Federal (STF), os advogados que assumiram este ano a defesa de Duda Mendonça afirmam que o publicitá¡rio responsá¡vel pelo marketing da campanha presidencial de Luiz Inácio Lula da Silva em 2002 é uma "figura externa, alheia ao "esquema do mensalão" e É "organização criminosa". O julgamento do caso no STF começa na quinta-feira da semana que vem e deve durar ao menos um mês e meio.
Duda Mendonça é acusado pela Procuradoria-Geral da União de receber cerca de R$ 10 milhões do chamado valerioduto em uma conta no exterior. O publicitário responde pelos crimes de lavagem de dinheiro, evasão de divisas e gestão fraudulenta.
A revelaçãoo do pagamento no exterior foi feita pelo próprio Duda durante o seu depoimento à CPI dos Correios em agosto de 2005, num dos momentos mais críticos do governo Lula. À Época, opositores chegaram a cogitar um pedido de impeachment do então presidente da República.
O novo texto, assinado em junho pelos advogados Antônio Carlos de Almeida Castro, conhecido como Kakay, e Luciano Feldens substituiu o anterior, protocolado em abril por Tales Castelo Branco e Frederico Crissima, antigos defensores do publicitá¡rio no processo do mensalão.
Veja ao vivo julgamento do caso ''Mensalão''
As alegaçõeses finais mantém a tese do documento antigo, segundo a qual o empresário mineiro Marcos Valório Fernandes de Souza foi o responsável pelo envio ao exterior de parte dos pagamentos feitos a Duda e a sua sócia, Zilmar Fernandes Silveira, por serviços prestados na campanha presidencial de Lula de 2002.
Os advogados confirmam o recebimento de R$ 10,5 milhões dos R$ 25 milhões contratados em uma conta aberta nas Bahamas. O novo texto, de 30 páginas e mais 54 de anexos, porém, dá mais ênfase à tentativa de diferenciar Duda e Zilmar do restante dos acusados pelo esquema.
Já no início das alegações, os advogados destacam as distinções entre os dois grupos de acusados. "Dos 38 acusados, 36 teriam alguma relação com o "mensalão" por terem determinado a realização, realizado, recebido ou intermediado o recebimento de pagamentos que teriam como objetivo arregimentar apoio político ao governo do PT no Congresso."