Ustra pede dados a Exército para provar inocência
Os documentos requisitados por Ustra fazem parte do seu cadastro pessoal - um documento que contém o registro, passo a passo, de todas as atividades dos militares. "Eles vão demonstrar que, no dia da morte, o Ustra se encontrava em Porto Alegre. Sua missão era acompanhar o encontro de Merlino com outros integrantes da organização da qual fazia parte", disse Esteves. "São documentos da caserna. Pelo que eu soube, lá se encontra até o comprovante da passagem para Porto Alegre."
O objetivo da apresentação dos documentos é comprovar a versão oficial da morte de Merlino. De acordo com DOI-Codi de São Paulo, instituição do Exército chefiada na época pelo coronel, Merlino foi levado a Porto Alegre para um encontro com militantes do Partido Operário Comunista, do qual fazia parte. No documento oficial sobre sua morte consta que tentou fugir da escolta que o levava, atirando-se na frente de um caminhão, na Rodovia BR-116.
A versão oficial é contestada por vários ex-presos políticos que estavam no DOI-Codi, na Rua Tutóia, em São Paulo, na mesma época. Eles afirmam que Merlino foi torturado durante 24 horas ininterruptas, sob ordens do coronel Ustra, e depois abandonado numa solitária, sem cuidados médicos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo