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Governador de Goiás recebeu cheques de conta irrigada pela Delta

Os cheques são referentes à venda de uma casa de luxo em 2011. A transação foi no valor de R$ 1,4 milhão. Marconi Perillo afirma que não observou os emitentes dos cheques

09:28 | 01/06/2012
Fecha-se o cerco contra o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB). Reportagem desta sexta-feira (1º) do jornal Folha de S.Paulo mostra que os cheques que remuneraram o tucano pela venda de uma casa em 2011 saíram de uma conta bancária que recebeu dinheiro da empreiteira Delta. A informação é de peritos da Polícia Federal.

Ao vender o imóvel, Perillo recebeu três cheques da Excitant Confecções oriundos de uma conta na Caixa Econômica Federal em Anápolis (GO). Dois eram de R$ 500 mil e um era de R$ 400 mil. A transação foi efetivada em julho do ano passado.

De acordo com a PF, a Delta depositou pelo menos R$ 250 mil nessa conta por meio de uma empresa fantasma chamada Alberto e Pantoja Construções, criada pelo grupo do empresário Carlinhos Cachoeira só para receber dinheiro da empreiteira.

A Excitant controla uma grife de roupas de adolescentes chamada Babioli e pertence a uma cunhada de Cachoeira, Rosane Puglisi.

Os três cheques, nominais a Perillo, têm datas de 2 de março, 2 de abril e 2 de maio de 2011. Nesse período, a Delta repassou dinheiro para a Pantoja. No dia 30 de março, por exemplo, houve um repasse de R$ 1 milhão. Quatro dias depois, a Pantoja transferiu R$ 250 mil para a Excitant, a confecção titular dos cheques que pagaram Perillo.

A casa vendida por Perillo tem 454 m². Está localizada num condomínio de luxo em Goiânia. É o mesmo imóvel onde Cachoeira foi preso, em 29 de fevereiro, pela Operação Monte Carlo da Polícia Federal.

A Monte Carlo está na fase de perícia de documentos. Se atingir Perillo, a Polícia Federal terá de enviar os dados para a Procuradoria-Geral da República, pois o tucano tem foro provilegiado por ser governador. Já há um inquérito no Superior Tribunal de Justiça (STJ) investigando as relações dele com Cachoeira.

Perillo, que foi convocado para depor na CPI do Cachoeira no próximo dia 12, alega que não observou os emitentes dos cheques na transação. Ele diz que vendeu a casa ao empresário Walter Paulo, dirigente da Faculdade Padrão, sob intermediação do ex-vereador Wladimir Garcez, também preso e apontado como um dos operadores de Cachoeira.

Já Garcez disse à CPI que queria comprar a casa e pediu um empréstimo ao então diretor da Delta no Centro-Oeste, Cláudio Abreu, que forneceu os cheques. Garcez contou que, como não conseguiu quitar o empréstimo, revendeu o imóvel em seguida para Walter Paulo. Perillo diz que não há contradição entre sua versão e a de Garcez.

Na semana passada, Perillo recebeu as cópias dos cheques. Ele deverá enviá-las ao STJ. Pretende mostrar que não sabia a origem do dinheiro e não tem o que temer.

Segundo a PF, a Delta foi usada por Cachoeira para remeter dinheiro a empresas fantasmas. Foram pelo menos R$ 26,2 milhões só para a Pantoja.A empreiteira recebeu ao menos R$ 48 milhões do governo de Goiás em 2011.
com informações do jornal Folha de S.Paulo

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