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Apoio de Maluf é desgaste necessário, afirmam analistas

16:33 | 18/06/2012
Para cientistas políticos ouvidos pela Agência Estado, a aliança anunciada nesta segunda com o PP é um desgaste necessário para aumentar o tempo de TV do petista Fernando Haddad. Como o pré-candidato do PT à Prefeitura de São Paulo tenta se tornar mais conhecido do eleitorado paulistano, o grande exercício de marketing da campanha de Haddad será manter o deputado federal e presidente estadual do PP, Paulo Maluf, distante do palanque. "Vale o desgaste se ganhar tempo e o Maluf não for para o palanque", avaliou o cientista político da FGV, Fernando Abrucio.

Marco Antonio Carvalho Teixeira, cientista político e pesquisador da PUC e FGV de São Paulo, destaca a tônica do pragmatismo eleitoral no pleito de 2012. "Essa eleição municipal está um vale tudo. É o pragmatismo eleitoral levado ao extremo. É a tese de que os fins justificam os meios", afirmou.

Segundo os analistas, a aliança entre PP e PT não causa surpresa, uma vez que o partido de Maluf já integra a base do governo federal. "Obviamente o cenário deixa a cabeça de todos embaralhadas, mas não é tão imprevisível porque o PP já era da base do governo federal", reforçou Teixeira. Para Abrucio, o maior choque será sentido pelo eleitorado de centro-esquerda. "A saída é tentar escondê-lo ao máximo ao longo da campanha", sugeriu.

Na avaliação de Abrucio, Maluf pode ser considerado um "fardo" do ponto de vista ético para a chapa petista. Historicamente, Maluf representa o autoritarismo, o atraso e a corrupção, e o petismo é visto ideologicamente como a expressão do antimalufismo. "O que mais complica (para o PT) é a dificuldade de trabalhar com o argumento ético", disse.

No entanto, Abrucio avalia que os adversários não devem explorar a aliança entre Maluf e o PT porque o próprio PSDB fechou acordo com o PR. Outro ponto favorável para Haddad é que, na oposição, o pré-candidato tucano José Serra também tem um fardo tão ou mais pesado que Maluf: o atual prefeito Gilberto Kassab, cuja gestão é mal avaliada pelo eleitorado. "O fardo maior do ponto de vista da política hoje é o Kassab. Ninguém hoje vai ficar discutindo o Maluf", disse Abrucio.

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