Relator pede processo disciplinar contra Demóstenes
Parecer do relator será discutido ainda nesta quinta-feira. Demóstenes deve estar presente para se defender
Em seu parecer, Costa concluiu haver indícios de "prática de atos contrários à ética e ao decoro parlamentar que tornam o senador sujeito à perda de seu mandato". Ele finaliza seu relatório afirmando que vota "pela admissibilidade da representação, determinando a imediata instauração" do processo. O pedido de cassação foi apresentado pelo PSOL em março passado.
Só depois de aprovada a instauração do processo, com a votação e aprovação do parecer de Costa, o conselho ouvirá Demóstenes e o depoimento de eventuais testemunhas, e o relator analisará as provas produzidas contra o senador pela Polícia Federal. O presidente do Conselho de Ética marcou a próxima reunião para terça-feira, dia 8 de maio, quando será votado o parecer do relator.
O senador Demóstenes não compareceu à reunião do conselho. Ele esteve mais cedo no Senado, registrou presença, mas viajou para Goiânia, segundo a assessoria do parlamentar. O advogado do senador, Antonio Carlos de Almeida Castro, conhecido por Kakay, acompanha a reunião do Conselho. Ele questiona a validade das provas obtidas pela Polícia Federal na Operação Monte Carlo contra Demóstenes.
"A defesa entende que temos elementos jurídicos para que o processo não seja aberto, mas é claro que essa é uma Casa política e temos que respeitar a decisão do Conselho. Nossa determinação foi no sentido de fazer uma defesa técnica para que, se a Casa quiser fazer esse embasamento jurídico, é possível não abrir o processo", afirmou o advogado, quando chegou à reunião.
O senador Humberto Costa ainda não recebeu o material com as gravações de diálogos de Demóstenes com Cachoeira e com outros integrantes da organização apontada pela PF, enviado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Cachoeira. "Caso haja abertura do processo disciplinar, sem dúvida vamos estudar as degravações", disse Costa.