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Ex-presidente Lula aparece em evento usando bengala e com dificuldade de falar

15:39 | 03/05/2012
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva apareceu utilizando bengala e com dificuldade para falar em um evento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), nesta quinta-feira, 3. "Faz sete meses que não falo. Espero que não tenha desaprendido a falar", desculpou-se o ex-presidente, que falou por cerca de 20 minutos.

É a primeira vez em sete meses que Lula faz discurso. O ex-presidente da República está se recuperando de um tratamento de combate a um câncer na laringe. Ao explicar que teria de falar de forma lenta, Lula pediu a compreensão da plateia, formada por empresários e autoridades brasileiras e de países africanos.

Durante o evento para estimular a cooperação entre Brasil e África, Lula criticou as medidas de austeridade adotadas pelos países desenvolvidos para combater os efeitos da crise econômica.

Segundo Lula, essas medidas representam corte de investimentos públicos, diminuição de salários, demissões, redução dos benefícios de trabalhadores e aumento da idade mínima para aposentaria.

"Eles pedem austeridade aos povos, aos trabalhadores e aos governos dos países mais frágeis economicamente, mas, ao mesmo tempo, aprovam pacotes de recursos no sistema financeiro justamente nos setores responsáveis pela ciranda especulativa que gerou a crise desde 2008. Ou seja, punem as vítimas da crise e distribuem prêmios aos responsáveis por ela. Há algo de muito errado nesse caminho", disse.

Lula citou como exemplo positivo de postura diante da crise um programa elaborado pelos países africanos para integrar o continente, intensificando o comércio entre as nações do continente, propondo medidas para aumentar os investimentos, o consumo interno e elevar empregos.

"A União Africana mostra a seriedade daqueles que, diante da crise, não se desesperam. O momento é de ousadia e não de passividade. A hora é de união e não de divisão. O tempo é de solidariedade e não de opressão dos mais fortes sobre os mais fracos", disse.

Redação O POVO Online

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