O ataque da última terça-feira (29) à sede do jornal Diário do Nordeste, feito por trabalhadores da construção civil em greve, provocou a indignação dos deputados estaduais na sessão desta quarta-feira (30) da Assembleia Legislativa. Todos repudiaram os atos de violência contra a imprensa, afirmando que a postura só prejudica as negociações com a classe patronal.

O deputado Professor Teodoro (PSD) criticou as demonstrações de vandalismo. “Na manhã de ontem, os trabalhadores em greve foram para a sede do Diário do Nordeste, proferiram insultos à categoria jornalística e depredaram o prédio do jornal”, informou.

O parlamentar se solidarizou com a jornalista e apresentadora da TV Diário, Maísa Vasconcelos, que foi agredida durante a manifestação. “Todos têm o direito de se manifestar, mas estes trabalhadores transformaram a greve em pura violência. A apresentadora Maísa foi intimidada por um manifestante que tentou tomar o celular dela quando filmava a passeata. Ela ainda foi atingida na cabeça por um capacete. Isso não pode acontecer em uma democracia”, afirmou.

Em aparte, o deputado Ely Aguiar (PSDC) lamentou o vandalismo cometido por grevistas no Sistema Verdes Mares. “Tivemos ao longo do mês depredações de carros na avenida Desembargador Moreira, confusões nas construções, entre outros atos desordeiros. Isso é coisa de bandido”, salientou. O parlamentar lembrou que a categoria foi recebida na manhã de ontem (29/05) na Assembleia Legislativa pelo presidente da Casa, Roberto Cláudio (PSB). “Ainda estamos abertos para facilitar negociações, mas repudiamos os atos desse movimento conduzido de forma desorganizada”, criticou.

O deputado Welington Landim (PSB) também se solidarizou com a imprensa. “Os meios de comunicação são responsáveis por transmitir a verdade para a sociedade e não é justo tratá-los com desrespeito. Infelizmente, estão confundido greve com baderna e a sociedade repudia isso”, frisou. João Jaime, do PSDB, chegou a propor que a Assembleia aprove um manifeto de repúdio ao ato.

O deputado Perboyre Diógenes (PMDB) também criticou os atos cometidos pelos grevistas. “É um absurdo conduzir uma greve sem respeitar as outras pessoas”, afirmou. Lula Morais (PCdoB) afirmou que os ataques dificultam a relação amistosa que os parlamentares procuram ter com os trabalhadores da construção civil. "Estamos aguardando um desfecho que parece não estar próximo. Perdem todos: os sindicatos e a cidade".