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Demóstenes articulou com Aécio cargo para prima de Cachoeira no governo de Minas

09:22 | 24/04/2012

Escutas telefônicas da Polícia Federal revelam que o senador Demóstenes Torres (ex-DEM-GO) intercedeu diretamente junto a seu colega Aécio Neves (PSDB-MG) e arrumou emprego comissionado no governo de Minas para prima do contraventor Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira. Mônica Beatriz Silva Vieira, a prima de Carlinhos Cachoeira, assumiu em 25 de maio de 2011 o cargo de diretora regional da Secretaria de Estado de Assistência Social em Uberaba. Aécio admitiu a nomeação, mas disse não saber do parentesco entre a diretora e o bicheiro.

Do pedido de Cachoeira a Demóstenes até a nomeação de Mônica bastaram 12 dias e sete telefonemas. São citados nos grampos o deputado federal Marcos Montes (PSD), ex-prefeito de Uberaba, e Danilo de Castro, articulador político de Aécio em seu Estado e secretário de Governo da gestão Antonio Anastasia (PSDB), governador de Minas. Eles negam envolvimento na nomeação.

A PF monitorou Cachoeira, a prima dele e Demóstenes na Operação Monte Carlo, que desmantelou esquema de contravenção, fez ruir a aura de paladino do senador goiano e expôs atos supostamente ilícitos da Delta Construções para atingir a supremacia em sua área.

Aécio não foi grampeado porque não é alvo da investigação. Mas ele é mencionado por Demóstenes e Cachoeira. Nos diálogos, o contraventor chama Demóstenes de “doutor” e o senador lhe confere o título de “professor”.

Em 13 de maio de 2011, Aécio é citado. Cachoeira pede a Demóstenes para “não esquecer” o pedido. “É importantíssimo pra mim. Você consegue pôr ela lá com o Aécio... em Uberaba, pô´, a mãe dela morreu. É irmã da minha mãe.” Demóstenes responde: “Tranquilo. Deixa eu só ligar pro rapaz lá. Deixa eu ligar pra ele.”

A PF avalia que o caso pode caracterizar tráfico de influência.

Agência Estado

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