Comissão de Ética acolhe representação contra Ideli
Órgão vai investigar a conduta da ministra em episódio envolvendo a compra de 28 lanchas-patrulha. As embarcações custaram R$ 31 milhões aos cofres públicos
De acordo com o presidente da comissão, Sepúlveda Pertence, Ideli já se antecipou e apresentou explicações sobre as compras das lanchas. "Ela apresentou esclarecimentos voluntariamente. Recebi o memorial do seu advogado, ainda não li, o relator (Américo Lacombe) é que está examinando o caso", disse Pertence, após o final da primeira metade da reunião, que ocorre em anexo do Palácio do Planalto. Os conselheiros devem decidir depois se abrem um processo disciplinar contra Ideli, informou Pertence. A próxima reunião da comissão está marcada para 14 de maio.
Ideli contratou uma empresa de consultoria, a Entrelinhas Comunicação e Publicidade, para evitar o desgaste de sua imagem e também para reagir aos ataques que considera estar sofrendo nos últimos dias. Na semana passada, a Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara aprovou convocação para a ministra falar sobre o episódio das lanchas.
A Comissão de Ética Pública da Presidência da República também decidiu pedir mais informações ao ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, sobre os negócios de sua empresa de consultoria. Os conselheiros aplicaram ainda "censura ética" ao ex-diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) Luiz Antônio Pagot, por conta de suas declarações de que não cumpriria a "quarentena" enquanto aguardava a volta à iniciativa privada após deixar o serviço público.
Foi arquivado o caso da ministra da Cultura, Ana de Hollanda, que recebeu camisetas da escola de samba Império Serrano, depois de o ministério zerar a inadimplência da agremiação carioca, conforme revelado pelo jornal "Correio Braziliense".