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Governo financiará programa contra a fome dirigido por brasileiro na ONU

11:51 | 23/02/2012
O Brasil vai financiar um novo programa criado pelo Fundo das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO, na sigla em inglês), dirigido pelo brasileiro José Graziano. O acordo, assinado na terça-feira em Roma, prevê uma doação de US$ 2,37 milhões para uma ação local de compra de alimentos em cinco países africanos a ser administrada pela FAO e pelo Programa Alimentar Mundial (PAM), órgão da ONU responsável pela resposta emergencial a crises de fome.

O novo programa, a primeira proposta da gestão de Graziano, iniciada em janeiro, tem como base o programa brasileiro de compra de alimentos, parte da estratégia Fome Zero, criada quando Graziano era ministro do governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Quando assumiu a FAO, depois de uma intensa campanha do governo brasileiro para emplacar seu nome, Graziano afirmou que queria levar para o órgão as políticas brasileiras. Conseguiu também o financiamento.

A intenção do novo programa é financiar a produção local de pequenos agricultores na Etiópia, no Malaui, em Moçambique, Níger e Senegal por pelo menos 18 meses. A FAO, no entanto, pretende obter mais recursos além do dinheiro brasileiro para manter o programa.

Do total a ser doado pelo Brasil, o órgão receberá US$ 1,55 milhões para ajudar os pequenos agricultores a melhorar sua produção, oferecendo sementes e fertilizante e tentando organizá-los em cooperativas para processar e vender suas colheitas. Já a PAM receberá outros US$ 800 mil para preparar a compra dos produtos e fazer sua distribuição para escolas e os famílias de baixa renda.

Além dos recursos, o Brasil também oferece a expertise para a montagem do programa, todo ele baseado no Programa Nacional de Aquisição de Alimentos, que garante a compra a preços de mercado para os pequenos agricultores - hoje cerca de 100 mil são fornecedores do PAA, especialmente de grãos, carnes, pescados e sementes. No Brasil, a aquisição é feita pelo governo, que então repassa os produtos para restaurantes populares, cozinhas comunitárias ou para distribuição de cestas básicas.

Os cinco países selecionados para começar o programa já haviam demonstrado interesse em copiar o modelo brasileiro. A intenção da FAO é que, passado esse primeiro momento, os governos locais assumam a compra dos alimentos como faz o Brasil. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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