Merkel descarta reabrir negociações do Brexit
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Merkel descarta reabrir negociações do Brexit

20:32 | 11/12/2018
May disse a Merkel que não era do interesse de ninguém que o Reino Unido deixasse o bloco sem acordoChanceler federal e líderes da União Europeia aceitam apenas oferecer garantias ao Reino Unido sobre acordo já negociado. Indefinição sobre saída vem fragilizando situação de Theresa May à frente do governo britânico.A chanceler federal da Alemanha, Angela Merkel, e outros líderes da União Europeia descartaram nesta terça-feira (11/12) a possibilidade de novas negociações para o Brexit, mas analisavam maneiras de oferecer garantias ao Reino Unido depois que a primeira-ministra Theresa May cancelou uma votação no Parlamento na qual era certo que sairia derrotada. Com menos de quatro meses para o prazo no qual o Reino Unido deve deixar a UE no dia 29 de março, o acordo do Brexit de May agonizava, abrindo perspectivas que iam desde uma separação sem acordo ao cancelamento do Brexit. Um dia após abruptamente cancelar a votação, May foi até Haia para um café da manhã com o primeiro-ministro holandês, Mark Rutte, e então a Berlim para se encontrar com Merkel, que a seguiu em uma viagem para Bruxelas, sede da Comissão Europeia. A mensagem da UE foi clara: o bloco pode dar garantias legais sobre como irá interpretar o tratado de saída, mas não aprovará a reabertura das negociações do documento. Donald Tusk, o presidente do Conselho Europeu, que irá comandar uma cúpula da UE em Bruxelas na quinta e na sexta-feira, disse após falar com May: "É claro que os 27 Estados da UE querem ajudar. A questão é como". De acordo com fontes, Merkel disse ao seu próprio bloco parlamentar conservador na Alemanha que não haveria mais negociações, mas os esforços estavam sendo feitos para dar garantias aos britânicos. May disse a Merkel que não era do interesse de ninguém que o Reino Unido deixasse o bloco sem acordo. O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, afirmou: "O acordo que foi atingido é o melhor possível. É o único acordo possível. Não há mais espaço para qualquer negociação. Mas é claro que há espaço para fazer novos esclarecimentos e mais interpretações sem reabrir o acordo de retirada". O chanceler austríaco, Sebastian Kurz, cujo país detém a presidência rotativa da UE, confirmou essa visão. O primeiro-ministro irlandês, Leo Varadkar, disse ao Reino Unido que o país ainda poderia revogar a decisão ou atrasar sua saída. No mesmo dia, uma porta-voz de May afirmou que Parlamento britânico votará na questão antes do dia 21 de janeiro. A libra, que perdeu 25 centavos em relação ao dólar desde o referendo de 2016, caiu novamente em meio a informações de que May estaria enfrentando uma contestação sobre sua liderança. O maior obstáculo para a aprovação é a questão da fronteira dura da Irlanda, uma política que manteria o Reino Unido em uma união alfandegária com a UE caso os dois lados nao encontrem uma forma de evitar a imposição de postos de fronteira entre a Irlanda do Norte, que integra o Reino Unido, e a República da Irlanda, que faz parte da UE. Os críticos de May dizem que o acordo poderia deixar os britânicos submetidos às regras da UE indefinidamente. A UE disse que nenhum dos lados quer que a fronteira funcione dessa maneira, mas que isso tem que ser parte do acordo por via das dúvidas. Enquanto investidores e aliados tentavam adivinhar o destino final da quinta maior economia do mundo, parlamentares contrários a May em seu próprio partido argumentam que ela tem que deixar o governo. "Se não conseguirmos avançar com seu acordo (...) então eu temo que a única maneira de mudar o que foi decidido é trocar a primeira-ministra", disse o parlamentar Steve Baker, favorável ao Brexit. Alguns parlamentares britânicos articulam até mesmo a votação de uma moção de não-confiança sobre a liderança da primeira-ministra. Um parlamentar disse que podem ocorrer esforços nesse sentido já quarta-feira. "Nós teremos uma voto de não-confiança, então (parlamentares) conservadores decidirão se têm confiança ou não em uma votação secreta na primeira oportunidade, que eu acho que poderia ser amanhã à noite", disse Andrew Bridgen à Sky News. JPS/rt/ots ______________ A Deutsche Welle é a emissora internacional da Alemanha e produz jornalismo independente em 30 idiomas. Siga-nos no Facebook | Twitter | YouTube | WhatsApp | App | Instagram | Newsletter

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