ETA era o último grupo armado da Europa Ocidental
Grupo formado ainda nos tempos da ditadura franquista lutou por quase 60 anos pela criação de um Estado basco independente, que abrangeria partes da Espanha e da França.O ETA, que anunciou seu fim definitivo esta semana, surgiu em 1959, ainda na ditadura franquista, com o objetivo de criar um Estado basco independente. O território reclamado pelo grupo abrangia as regiões bascas do norte da Espanha e do sul da França e a região vizinha de Navarra.
O nome ETA é uma sigla para "Euskadi ta Askatasuna", Pátria Basca e Liberdade na língua basca. O grupo é classificado como uma organização terrorista pela União Europeia. Em 2005, quando o Exército Republicano Irlandês (IRA) deu por encerrada sua luta armada, o ETA passou a ser o último grupo armado da Europa Ocidental.
Ao longo de quase 60 anos de existência, a luta armada protagonizada pelo grupo causou a morte de cerca de 850 pessoas, segundo os números oficiais do governo espanhol. Além disso, as ações feriram cerca de 2.600 pessoas. O ETA também é responsável por dezenas de sequestros e ameaças.
Entre as ações que marcaram a história da Espanha estão o assassinato do presidente de governo Luis Carrero Blanco com um carro-bomba, em 1973, e a explosão que deixou 21 mortos num supermercado, em 1987. Blanco era uma figura de confiança do general Francisco Franco e foi o seu sucessor no comando da ditadura, na qual foi também o último governante.
A oposição do ETA à ditadura franquista garantiu ao grupo a simpatia de muitos espanhóis, principalmente na região basca. O ETA foi o único grupo armado da oposição a Franco.
A organização começou a perder força e relevância depois da virada do milênio. Em 2004, a prisão de Mikel Antza, um importante líder, e a apreensão de armas e documentos fragilizaram o ETA.
Em 2011, com o apoio popular a um Estado basco em queda, o ETA declarou um cessar-fogo definitivo. Em 2017, anunciou a deposição de armas e, em 2018, o seu fim.
Autoridades espanholas calculam que haja menos de 50 membros ativos do ETA, e a maioria deles vive fora da Espanha. Outros 297 estão na cadeia, dos quais 243 na Espanha, 53 na França e um em Portugal.
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Autor: Alexandre Schossler
DW Brasil