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Líder declara Catalunha independente, mas se abre ao diálogo

"Catalunha ganhou direito de ser um Estado independente na forma de uma república", afirma Puigdemont ao Parlamento regional em Barcelona. Ele suspende independência para dialogar com Madri

14:52 | 10/10/2017
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[FOTO1]O presidente da Catalunha, Carles Puigdemont, declarou nesta terça-feira (10/10) a independência dessa região da Espanha, ao "assumir o mandato conferido pelo povo" no referendo de 1º de outubro, mas suspendeu seus efeitos para abrir um processo de diálogo com o governo espanhol.

 [SAIBAMAIS]

"A Catalunha ganhou o direito de ser um Estado independente na forma de uma república", afirmou Puigdemont durante o seu discurso, proferido logo depois da abertura de uma sessão do Parlamento regional da Catalunha. O discurso dele era o único ponto da agenda do dia.

"Se todos atuarem com responsabilidade, o conflito poderá ser resolvido de forma serena. Se depender de nós, assim será", disse.

Puigdemont falou aos deputados catalães depois que um referendo de independência – considerado ilegal por Madri – foi realizado em 1º de outubro e cujo resultado o Executivo catalão quer tornar efetivo. A polícia cercou o Parlamento regional catalão, em Barcelona, por questões de segurança.

No início do seu discurso, Puigdemont comentou a violência da polícia contra pessoas que foram votar no referendo. "Todos vimos, o mundo viu. O objetivo não era apenas confiscar urnas, era provocar o pânico generalizado para que as pessoas ficassem em casa e não fossem votar."

Pouco depois do horário previsto para o discurso de Puigdemont, às 18h (13h em Brasília), o início da sessão e a fala do presidente foram adiados em uma hora. Segundo a imprensa espanhola, o atraso se deu por divergências entre Puigdemont e o partido de esquerda CUP, do qual o governo depende.

Nos últimos dias, os pedidos para que Puigdemont abandone seu projeto de declarar unilateralmente a independência vêm aumentando, tanto no âmbito político como no empresarial, e na manhã desta terça-feira foi a vez do porta-voz do Executivo espanhol, Íñigo Mendez de Vigo, pedir a Puigdemont para que não comece "algo irreversível".

"É um momento de reflexão. Quero pedir ao senhor Puigdemont para que não faça nada irreversível, que não empreenda nenhum caminho que não tenha volta, que não faça nenhuma declaração unilateral de independência, que volte à legalidade, que volte ao diálogo no Parlamento da Catalunha", disse o porta-voz do governo espanhol.

Em Bruxelas, o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, apelou a Puidgemont para que respeite a ordem constitucional e não faça um anúncio de independência, que dividirá a Espanha. Sublinhando que "são tempos extraordinários para a Catalunha e toda a Espanha", Tusk pediu a Puidgemont que "não anuncie uma decisão que torne o diálogo impossível", referindo-se à necessidade de conversações entre Madri e Barcelona.

Em Barcelona, o governo catalão se reuniu horas antes da sessão no Parlamento regional e o conselheiro da presidência catalã, Jordi Turull, não quis adiantar qual será a proposta que Puigdemont vai apresentar aos parlamentares. No entanto, Turull assegurou que existe um "consenso" no governo regional em torno da declaração que será feita por Puigdemont.

O referendo, considerado ilegal pela Justiça espanhola, deu vitória ao "sim" pela independência, com 90% dos votos. Porém, o comparecimento foi de apenas 43%. Depois do resultado, Puigdemont disse que os catalães conquistaram o direito de ter um Estado independente em forma de república.

 

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AFP


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