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Polícia suspeita de ataque suicida em metrô de São Petersburgo

10:09 | 04/04/2017
Indícios indicam que autor de atentado teria levado explosivos numa mochila. Suspeito é identificado como cidadão do Quirguistão e teria ligação com radicais islâmicos. Explosão deixa 14 mortos e quase 50 feridos.A polícia suspeita que a explosão de uma bomba dentro de um vagão próximo à estação Sennaya Ploshchad, em São Petersburgo, segunda maior cidade da Rússia, foi causada por um atentado suicida. Ao menos 14 pessoas morreram e quase 50 ficaram feridas no ataque, informou o Ministério da Saúde russo nesta terça-feira (04/04). Os investigadores acreditam que o suspeito entrou no metrô carregando explosivos dentro de uma mochila. Indícios encontrados no local da explosão reforçaram a suspeita, porém, a confirmação só pode ser dada depois de testes de DNA. A polícia também suspeita que o autor do atentado suicida teria colocado a outra bomba na estação de metrô Ploshchad Vosstaniya. O artefato não explodiu e foi desarmado pela polícia. Inicialmente, autoridades buscavam por dois suspeitos de terem envolvimento no ataque. O suspeito de ser o autor do atentado foi identificado como um jovem nascido no Quirguistão. "O homem-bomba no metrô de São Petersburgo foi o cidadão do Quirguistão Akbarjon Djalilov, nascido em 1995", disse um porta-voz dos serviços de segurança do país à agência de notícias AFP. "É provável que ele tenha adquirido a nacionalidade russa." O jovem teria tido ligação com grupos radicais islâmicos. Nenhuma organização assumiu a autoria do ataque. Porém, recentemente, o grupo extremista "Estado Islâmico" (EI) convocou ataques contra a Rússia em retaliação à intervenção militar russa na Síria contra os jihadistas. Duas bombas A explosão, por volta das 14h40 (horário local) desta segunda-feira (03/04), atingiu dois vagões próximo à estação Sennaya Ploshchad, que encheu de fumaça, sendo logo esvaziada. Após o impacto, o maquinista ainda conduziu o metrô até chegar à Sennaya Ploshchad, o que ajudou a remover os feridos e a salvar vidas. "A explosão ocorreu entre duas estações, mas o maquinista tomou a decisão absolutamente correta de não parar o trem até chegar à próxima estação", afirmou a porta-voz do Comitê de Instrução russo, Svetlana Petrenko. "Isso permitiu iniciar a remoção das pessoas imediatamente e ajudar os feridos." Uma segunda bomba foi encontrada em outra estação de metrô – Ploshchad Vosstaniya – e foi desarmada pela polícia. Esse artefato, que foi colocado dentro de um extintor, tinha uma potência várias vezes maior que o que explodiu, segundo informaram fontes oficiais. Todas as estações de metrô da segunda maior cidade do país foram interditadas e esvaziadas. Depois de seis horas, o sistema de transporte voltou a funcionar parcialmente. Fotos divulgadas nas redes sociais mostravam feridos numa plataforma e portas destruídas de um vagão do metrô. "Tudo ficou cheio de fumaça, havia muitos bombeiros. Eles gritaram para corrermos para a saída e todo mundo correu. Todos estavam em pânico", contou a estudante Maria Smirnova, que estava no trem atrás do que explodiu. Investigação O presidente russo, Vladimir Putin, estava na região para se reunir com seu homólogo bielorrusso, Alexander Lukashenko. No momento da explosão ele se encontrava em Strelna, na periferia de São Petersburgo. Putin prometeu que as autoridades de segurança esclarecerão a explosão. "Estamos considerando todas as possibilidades, se foi um ato criminoso ou se teve um caráter terrorista." O presidente visitou ainda o local do ataque e levou flores em homenagem às vítimas. Após deixar as flores, Putin voltou para o carro em silêncio e não quis falar com a imprensa. Segundo deputado Viktor Oserov, do Conselho da Federação, todos os indícios apontam na direção de um atentado terrorista. Fontes oficiais avaliam entre 200 e 300 gramas de dinamite a força explosiva do artefato, que tinha fragmentos de metal. Depois do ataque, autoridades locais reforçaram a segurança no aeroporto de Pulkovo, nos demais terminais de transporte da cidade e em lugares de maior concentração de pessoas, como escolas e creches. Moscou também seguiu essa medida. A Rússia já foi alvo de ataques similares nos últimos anos, e líderes rebeldes chechenos com frequência ameaçam realizar novos atentados. Em 2010, pelo menos 38 pessoas morreram quando dois suicidas detonaram bombas em trens de metrô lotados em Moscou. CN/afp/efe/ap/rtr
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