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Combates recomeçam e interrompem evacuação em Aleppo

07:34 | 14/12/2016
Ônibus que deveriam transportar civis e insurgentes do leste de Aleppo retornaram sem passageirosForças do governo e grupos de oposição se acusam mutuamente de violação do cessar-fogo, impedindo a evacuação de civis e combatentes rebeldes que ainda resistem num pequeno enclave no leste da cidade.Os combates entre forças do governo e rebeldes recomeçaram em Aleppo nesta quarta-feira (14/12), apenas um dia depois do início de um cessar-fogo. O Exército sírio retomou os combates após uma ofensiva das forças rebeldes, afirmaram militares russos. Os rebeldes teriam aproveitado o cessar-fogo para se reagrupar durante a madrugada. Na madrugada desta quarta-feira deveria ter começado a retirada de civis e rebeldes de Aleppo, mas, no inicío da manhã, ela estava atrasada havia várias horas. Imagens de televisão mostraram ônibus que seriam usados para a retirada parados nos postos de evacuação. O Ministério da Defesa da Rússia afirmou em comunicado que os combates foram reiniciados após as milícias rebeldes romperem a trégua. "O ataque dos terroristas foi contido. O exército sírio prossegue com a operação para liberar os distritos de Aleppo controlados pelos rebeldes", afirmou o órgão. Segundo o ministério, os militares russos organizaram a evacuação dos combatentes rebeldes, mas os insurgentes teriam "se reagrupado e reiniciado as hostilidades". O comboio de ônibus que deveria transportá-los para fora da cidade teria sido alvo de tiros disparados a partir do território dos rebeldes, numa aparente tentativa de romper o bloqueio das posições sírias no nordeste de Aleppo. Líderes da oposição atribuem o adiamento da evacuação às forças iranianas apoiadas por milícias xiitas, aliadas ao presidente Bashar al-Assad, que teriam bloqueado a passagem e reiniciado os combates no leste da cidade. Mais de 30 ônibus permaneciam estacionados numa das áreas controladas pelo governo para realizar a evacuação. Entretanto, relatos indicam que muitos desses transportes retornaram sem passageiros, o que indicaria o fracasso do cessar-fogo ou ao menos um atraso ainda maior no início da evacuação. O ministro do Exterior da Rússia, Serguei Lavrov, previu que a "resistência" dos últimos rebeldes em Alepo durará mais dois ou três dias. "Espero que a situação seja regularizada em dois ou três dias. Os combatentes vão cessar a sua resistência daqui a dois ou três dias", declarou Lavrov. A evacuação deveria ocorrer após duas semanas de avanços rápidos das tropas sírias e de seus aliados, o que forçou os insurgentes, sob intensos bombardeios e ataques de artilharia, a se entrincheirar num pequeno enclave no leste de Aleppo. Os intensos combates deixaram a cidade, que era um importante centro econômico, em ruínas, causando a morte de milhares de pessoas e contribuindo para o agravamento da crise de refugiados. Com a intensificação dos bombardeios das aeronaves russas, aumentou a preocupação da comunidade internacional em relação aos 250 mil civis que estavam presos no leste de Aleppo, sofrendo com a escassez de alimentos e água e com o fechamento dos hospitais. RC/ap/afp/rtr/dpa
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