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Homenagens reúnem milhares em Medellín e Chapecó

23:14 | 30/11/2016
Em Medellín, colombianos vestiram branco e se solidarizaram com a tragédia que acometeu o futebol brasileiroTorcedores lotam estádios Atanasio Girardot e Arena Condá, em tributo aos mortos na tragédia aérea envolvendo a Chapecoense. José Serra se emociona em discurso durante a cerimônia na Colômbia, onde ocorreria partida.Dezenas de milhares de pessoas lotaram nesta quarta-feira (30/11) os estádios Atanasio Girardot, em Medellín, na Colômbia, e Arena Condá, na cidade catarinense de Chapecó, para homenagens póstumas à equipe da Chapecoense, alvo da tragédia aérea que matou 71 pessoas na véspera. As cerimônias se realizaram no mesmo horário em que ocorreria o primeiro jogo da decisão da Copa Sul-Americana de 2016, entre a Chapecoense e o colombiano Atlético Nacional. A histórica partida para o jovem clube catarinense estava marcada para as 18h45 (horário local) desta quarta-feira. A Arena Condá, com capacidade para cerca de 20 mil pessoas, ficou lotada de torcedores vestindo a camisa verde do time e ecoando gritos como "vamos, Chape, nós te apoiaremos até morrer", "olê, olê, olê, olê, Chape, Chape" e "sou Chapecoense, com muito orgulho, com muito amor". Durante a cerimônia, os torcedores presentes evocaram os nomes de todos os jogadores do clube, um por um, numa emocionante homenagem. Os nomes e fotos das vítimas do acidente aéreo, entre esportistas, membros da comissão técnica, dirigentes e jornalistas, foram mostrados no telão. Ainda foi exibido um comovente vídeo gravado por torcedores do Atlético Nacional em homenagem à Chapecoense. Os presentes protagonizaram um minuto de silêncio às vítimas. A homenagem em Chapecó contou com uma celebração religiosa, liderada por dois pastores e um padre. Em certo momento, o estádio lotado rezou junto a oração do "Pai Nosso". No gramado, uma mesa posta sobre um altar improvisado trazia a bandeira da Chapecoense, além de uma vela, uma cruz e a taça do Campeonato Catarinense, conquistada pelo time neste ano. Além de milhares de torcedores, participaram da homenagem familiares e amigos das vítimas, além de pessoas que estavam na lista oficial de passageiros, mas não embarcaram no voo. O jogador Fabiano, atualmente no Palmeiras, mas revelado pela Chapecoense, também esteve na Arena. Solidariedade em Medellín O estádio Atanasio Girardot, em Medellín, com capacidade para quase 45 mil pessoas e onde seria disputada a partida desta quarta-feira, estava igualmente lotado. Logo no início do ato, foram soltas no meio do campo 71 pombas brancas, lembrando cada uma das pessoas mortas no desastre. O público, composto por milhares de colombianos, vestiam camisas brancas e erguiam muitas velas e luzes de celulares. Cartazes traziam frases de apoio, como "equipe imortal", "todos somos Chapecoense" e "uma nova família nasce", numa demonstração de solidariedade e espírito humano. A cerimônia contou com uma interpretação do Hino Nacional brasileiro, uma marcha fúnebre, honras militares e uma longa salva de palmas a todas as famílias envolvidas na tragédia. Representando o governo brasileiro, o ministro das Relações Exteriores, José Serra, e o ministro da Cultura, Roberto Freire, estiveram na homenagem. Visivelmente emocionado e tentando conter as lágrimas, Serra se pronunciou ao público agradecendo a solidariedade do povo colombiano. "As expressões de solidariedade que aqui encontramos nos oferecem um consolo imenso, uma luz na escuridão, num momento em que estamos todos tentando compreender o incompreensível", declarou o ministro, em espanhol, durante discurso diante de um Atanasio Girardot lotado. "Não esqueceremos a forma como os colombianos sentiram, como se fosse seu, o terrível desastre que interrompeu o sonho dessa heroica equipe. Não esqueceremos a atitude do Atlético Nacional, que pediu que se conceda o título da Copa Sul-Americana à Chapecoense", continuou Serra. "Em cada um de vocês, queria dar meu abraço apertado. Muito obrigado, Colômbia. Muito obrigado, Medellín. Muito obrigado, Atlético Nacional. Em toda a minha vida não tive emoção semelhante", concluiu o ministro, que esteve antes em Havana para o velório do líder cubano Fidel Castro. Um velório coletivo das vítimas será celebrado nos próximos dias no estádio da Chapecoense, segundo a Prefeitura de Chapecó. O dia e horário da cerimônia ainda não estão definidos, já que depende da liberação dos corpos e da transferência deles ao Brasil, que deve começar na sexta-feira. De acordo com o jornal Folha de S. Paulo, o presidente Michel Temer participará do velório na Arena Condá. EK/abr/ap/dpa/efe/ots
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