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Regiões belgas destravam acordo entre UE e Canadá

16:56 | 28/10/2016
Após modificações no texto do Ceta, Valônia volta atrás em veto e aprova tratado de livre-comércio. Região de Bruxelas também dá aval. Decisões abrem caminho para assinatura do acordo, travado pelo impasse na Bélgica.O Parlamento da Valônia, uma das regiões belgas que vêm travando a assinatura de um tratado comercial negociado há sete anos entre a União Europeia (UE) e o Canadá, decidiu nesta sexta-feira (28/10) finalmente endossar o acordo, abrindo caminho para sua formalização. Por 58 votos a cinco, o Parlamento na cidade de Namur, ao sul de Bruxelas, aprovou as modificações feitas no texto original do tratado e se tornou a primeira das três regiões belgas a voltar atrás na sua oposição. A região de Bruxelas votou pela aprovação logo em seguida, por 60 votos a 16. Ainda resta votar a comunidade francófona, que também deve endossar o trato nesta sexta-feira. Para ser formalizado, o chamado Acordo Integral de Economia e Comércio (Ceta) exige que os 28 países-membros da União Europeia, bem como o Canadá, deem seu aval. Todos eles se manifestaram a favor. A Bélgica, porém, que não pode endossar o pacto sem a aprovação de suas sete assembleias legislativas, se viu travada pela resistência de algumas de suas regiões, lideradas pela Valônia. Entre os argumentos estavam que o acordo prejudica os pequenos agricultores europeus, bem como concede poder demais a corporações multinacionais, em detrimento das empresas locais. Nesta sexta-feira, o Parlamento da Valônia entendeu que as alterações ao tratado, negociadas entre as partes na tentativa de destravar o processo, oferecem garantias suficientes de que os interesses locais da região estarão adequadamente protegidos. "Temos um tratado melhor. Não é perfeito, mas está melhor", afirmou o líder do governo da Valônia, Paul Magnette, citado pela imprensa belga. O Ceta, que visa eliminar 98% das tarifas alfandegárias entre o Canadá e os países europeus, é visto por muitos como um modelo para o Acordo de Parceria Transatlântica de Comércio e Investimento (TTIP) entre a UE e os Estados Unidos, amplamente criticado por cidadãos em toda a Europa. Enquanto seus defensores dizem que o acordo de livre-comércio vai reforçar o crescimento econômico e gerar empregos nos dois países, os críticos temem uma redução dos padrões europeus em áreas como legislação trabalhista, direitos dos consumidores e proteção ambiental. EK/afp/dpa/efe
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