Republicanos enfrentam obstáculos para projeto migratório
Os líderes republicanos querem votar a lei nesta semana, com pequenas modificações para agradar as alas moderada e conservadora do partido, que estão em desacordo. O mais importante, no entanto, é o respaldo político de Trump.
As afirmações recentes do mandatário sobre o projeto e as mudanças abruptas de opinião dele tem tirado o sono do partido.
Na terça-feira, Trump disse a republicanos da Câmara dos Representantes que respaldava o projeto de lei "em 1000%" e o defenderia em comícios que tem feito pelo país. No entanto, na sexta-feira, o presidente disse que "os republicanos deveriam deixar de perder tempo com a imigração" e aguardar a eleição de novembro para voltar a debater o tema.
"Creio que a melhor forma de aprovar um projeto de lei é respaldar sistematicamente uma posição e ajudar a impulsioná-la", disse o deputado republicano Greg Walden, do Oregon. Perguntado sobre se Trump estava fazendo isso, o parlamentar se dirigiu rapidamente a uma porta e disse "isso é tudo que tenho a dizer".
Caso aprovado e sancionado, o projeto de lei vai permitir que os imigrantes que chegaram ilegalmente aos Estados Unidos quando crianças, conhecidos como Dreamers, tenham a possibilidade de serem naturalizados americanos.
Ao mesmo tempo, o projeto daria US$ 25 bilhões para a construção do muro na fronteira com o México, bem como impediria que as agências governamentais separassem as crianças imigrantes de seus pais detidos.
O pacote legislativo é produto de semanas de negociações entre os conservadores e os moderados do partido. Mas, apesar de algumas arestas terem sido aparadas, os legisladores republicanos não lograram êxito em reunir uma maioria. Ainda que concorde com vários pontos, a oposição democrata se opõe em bloco ao projeto.
Os republicanos não conseguiram superar suas divisões em uma época complicada para o partido: se aproximam as eleições legislativas e o tema da imigração captura a atenção do público há meses.
Os membros do partido, que se esforçam para manter o controle da Câmara dos Representantes, tinham esperanças de focar a campanha na economia e nos cortes de impostos. Fonte: Associated Press.
Agência Estado