Ministro do Reino Unido renuncia antes de votação sobre o Brexit no Parlamento
Os votos na Câmara dos Comuns, a câmara eleita, podem influenciar as negociações sobre a futura relação entre a União Europeia e o Reino Unido depois do Brexit. Os resultados também podem desferir um novo golpe à autoridade da primeira-ministra, Theresa May, que foi severamente prejudicada quando perdeu sua maioria parlamentar após convocar uma eleição geral no ano passado.
O resultado dos votos depende em parte de quantos parlamentares do Partido Conservador de May se rebelam contra o governo. Até 11 Conservadores se opuseram a partes importantes da legislação do governo em relação ao Brexit em votos anteriores, o suficiente para infligir uma derrota a May.
Phillip Lee, que apoiou a permanência do Reino Unido na UE durante o referendo de 2016, complica ainda mais os esforços do governo para obter o apoio do Parlamento. Lee disse que ficaria do lado dos rebeldes do Partido Conservador em uma votação na terça-feira para dar ao Parlamento poder para rejeitar qualquer acordo que considere insatisfatório.
Espera-se que os legisladores votem na terça e na quarta-feira em mais de uma dúzia de emendas do principal projeto do governo, o Brexit. O momento mais crucial para a primeira-ministra virá quando os legisladores votarem no final da tarde de terça-feira sobre a emenda que daria ao Parlamento o poder de rejeitar qualquer acordo que os ministros não concordarem - e levar o governo de volta à mesa de negociação com novas instruções.
David Davis, secretário do Brexit, alertou que tal poder enfraqueceria fatalmente a posição de barganha do governo em Bruxelas.
Ainda assim, a derrota para o governo pode ser evitada. Os ministros propuseram uma emenda alternativa à legislação que permitiria ao Parlamento votar em qualquer acordo do Brexit, mas não daria aos legisladores qualquer poder sobre o que aconteceria em seguida. Em vez disso, os ministros teriam 28 dias para apresentar novas propostas para acalmar as preocupações dos legisladores.
A renúncia de Lee não foi amplamente sinalizada de antemão. Em um comunicado, o ministro manifestou insatisfação com a abordagem do governo às negociações do Brexit, em que pretende sair do mercado único da UE e de sua união aduaneira. A união aduaneira estabelece o comércio livre de tarifas entre os membros da UE e estabelece tarifas comuns sobre as mercadorias que entram a partir de países não membros.
Ele disse que o Brexit, como atualmente está sendo perseguido, prejudicaria as empresas em seu distrito, a oeste de Londres, e que ele não poderia acalmar os medos das pessoas em seu eleitorado sobre o resultado. Fonte: Dow Jones Newswires.
Agência Estado