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UE se diz aberta caso Reino Unido decida voltar atrás sobre Brexit

13:30 | 16/01/2018
O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, colocou hoje um ingrediente a mais no novo debate no Reino Unido sobre a realização de um segundo plebiscito abordando a saída do País da União Europeia (UE), o chamado Brexit. Durante uma cúpula de líderes no Parlamento Europeus, na Bélgica, ele disse que os britânicos eram bem-vindos a permanecer no bloco comum.

"Se o governo do Reino Unido aderir à decisão de sair, o Brexit se tornará uma realidade, com todas as suas consequências negativas, em março do próximo ano, a menos que haja uma mudança no coração dos nossos amigos britânicos", disse, conforme agências de notícias internacionais.

Na semana passada, o assunto voltou ao noticiário depois que um dos principais defensores do divórcio, o deputado Nigel Farage, cogitou a possibilidade de realização de uma nova consulta pública para calar os defensores da unidade do continente. Para o legislador, um segundo plebiscito mostraria números ainda mais fortes a favor do Brexit do que os 52% contra 48% mostrados na consulta de junho de 2016. A hipótese, no entanto, já foi descartada no passado de forma veemente pela primeira-ministra Theresa May. Ontem, a Escócia - que nessa consulta de 2016 votou pela permanência no bloco - convocou a imprensa para mostrar que o custo da saída para o país será maior do que o previsto inicialmente.

Sobre um questionamento a respeito da possibilidade da reversibilidade do voto da consulta de 2016, Tusk questionou se não foi o próprio David Davis (ministro britânico do Brexit) que afirmou: "Se uma democracia não pode mudar de ideia, ela deixa de ser uma democracia". E acrescentou: "Nós aqui no continente não tivemos uma mudança no coração. Nossos corações ainda estão abertos para vocês". O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, engrossou a oferta do bloco comum. "Espero que isso seja ouvido claramente em Londres", disse.

A previsão é que o Reino Unido deixe a UE no fim de março do ano que vem e as negociações ainda estão bastante longe de terminar, com o temor de que não sejam concluídas a tempo suficiente. A nova fase de tratativas promete ser ainda mais tensa e há divergências entre as partes sobre quando um planejamento deve ser finalizado. "O que precisamos hoje é mais clareza sobre a visão do Reino Unido", disse Tusk. "O trabalho mais difícil ainda está à nossa frente e o tempo é limitado", continuou.

Agência Estado

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