SPD retira apoio e deixa Merkel com única alternativa de coalizão
A decisão de Schulz foi anunciada em seu primeiro discurso após o fechamento das urnas. Na oportunidade o líder do SPD, ex-presidente do Parlamento Europeu, reconheceu a derrota, na qual o partido deve ter o pior resultado de sua história: em torno de 20% dos votos. "Este é um dia difícil e amargo para a social-democracia na Alemanha. Não atingimos os nossos objetivos ", admitiu Schulz, anunciando porém a intenção de continuar à frente do partido para liderar sua reforma interna. "Atingimos menos eleitores do que estávamos esperando, mas os que vieram podem acreditar que vamos perseguir os nossos objetivos."
Schulz anunciou ainda que não aceitará um novo convite para renovar a "grande coalizão " entre CDU e SPD, com a qual Merkel pôde governar ao longo de seu primeiro e de seu terceiro mandatos. Segundo o social-democrata, o partido não pode permitir que a Alternativa para a Alemanha (AfD), movimento de extrema direita, seja o líder da oposição ao governo no Parlamento. "Nós somos a oposição democrática. Vamos usar o tempo para nos reposicionar e nos reorganizar mais uma vez", anunciou. "Nessa noite, a cooperação entre o SPD e o CDU está chegando ao final. A grande coalizão perdeu votos, perdeu suporte, e há uma maioria possível e viável para a formação de uma 'coalizão Jamaica'."
A "coalizão Jamaica", uma alusão às cores do CDU, do Partido Verde e do FDP, é assim a única opção de Angela Merkel para governar em um quarto mandato. (Andrei Netto, enviado especial)