Após devastar Ilhas do Caribe, furacão Irma deixa Porto Rico no escuro
As equipes de resgate já estavam empenhadas no auxÃlio à s Ilhas do Caribe pelas quais o fenômeno passou durante o dia, deixando ao menos oito mortos. Em crise econômica e sob cortes de efetivo há ao menos uma década, a estatal responsável pelo fornecimento de energia em Porto Rico alertou que algumas áreas atingidas podem ficar sem luz de quatro a seis meses, devido à deterioração de estruturas muito antigas.
O Irma segue classificado na categoria 5, a máxima da escala de furacões, com ventos que podem atingir quase 300 km/h. O Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos (NHC) disse que Porto Rico não registrava um furacão da potência do Irma desde 1928, quando o San Felipe matou 2.758 pessoas em Guadalupe, Porto Rico e no Estado da Flórida.
A pequena ilha de Barbuda, com cerca de 1,4 mil habitantes, teve 90% do território devastado. Cerca de 60% da população ficou sem moradia, segundo o primeiro-ministro da nação de AntÃgua e Barbuda, Gaston Browne. Quase todos os edifÃcios foram danificados e a recuperação pode demorar anos ou até meses, disse Browne, em entrevista à agência Associated Press. Houve registro da morte de uma criança de dois anos, cuja famÃlia tentava escapar de uma casa destruÃda na ilha.
As autoridades de Saint Martin também disseram que 95% da parte francesa da ilha foi destruÃda, assim como o aeroporto, o terceiro com maior número de passageiros do Caribe. Enquanto seguia para o oeste durante a quarta-feira, o furacão destruiu várias pequenas ilhas no caminho.
Em Saint Thomas, nas Ilhas Virgens americanas, a moradora Laura Strickling passou 12 horas em um porão sem energia, com o marido e a filha de 1 ano, para se proteger dos ventos. Ao sair, a famÃlia encontrou destroços cobrindo a maior parte das ruas, casas de vizinhos derrubadas e a vegetação, antes densa e exuberante, quase totalmente desaparecida.
"Não há folhas. � insano. Uma das coisas que amávamos em Saint Thomas era o verde. E se foi", disse Laura, natural da capital dos EUA, Washington, que se mudou com o marido para a ilha há três anos. "Levará anos para que esta comunidade consiga se reeguer", disse.
O presidente do território de San Martin, Daniel Gibbs, declarou "nunca antes ter vivido algo parecido, até mesmo as paredes de alguns edifÃcios chegaram a tremer".
Gibbs disse que as comunicações estão completamente interrompidas e as tentativas de entrar em contato com outros territórios próximos são infrutÃferas.
Na Ilha de São Bartolomeu, a estação meteorológica local chegou a registrar ventos acima de 200 km/h e rajadas ainda superiores.
O presidente americano, Donald Trump, declarou estado de emergência em Porto Rico, na Flórida e nas Ilhas Virgens. A declaração acelera o envio de fundos governamentais para desastres. Trump também ordenou ao Departamento de Segurança Nacional (DHS) e à Agência Federal para Gestão de Emergências (Fema) que fiquem em alerta e coordenem todos os esforços de ajuda. Trump, que tem uma casa em Saint Martin, disse que acompanha atentamente o avanço do furacão, que deve se aproximar da Flórida no domingo.
O Estado norte-americano da Flórida se prepara para a possÃvel passagem do Â?olhoÂ? do furacão pelo território, embora a previsão ainda não confirme o trajeto do fenômeno formado no Oceano Atlântico. Fonte: Associated Press.