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Situação econômica do Equador é "sumamente difícil", diz presidente

22:06 | 11/07/2017
A economia do Equador se encontra em uma situação muito difícil, afirmou nesta terça-feira o presidente Lenín Moreno, que apesar de tudo mostrou-se confiante de que o país superará o quadro. Moreno assumiu em 24 de maio, no lugar de Rafael Correa, com quem tem mantido diferenças públicas desde que abriu um processo de diálogo com a oposição. O ex-presidente tem criticado o sucessor, dizendo que sua estratégia é "medíocre" e "desleal".

Moreno afirmou que a condição econômica equatoriana "é sumamente difícil". "Vamos seguir adiante com o esforço de todos, porque imaginem como seria que eu como presidente diga que não vamos seguir adiante", discursou.

O presidente não deu números nem detalhes sobre o quadro, mas o país tem registrado déficit fiscal desde 2014. Isso provocou a paralisação de obras, atrasos no pagamento de fornecedores e de salários do funcionalismo público.

O analista econômico Jorge Carrera, do Observatório da Política Fiscal, afirmou que o país enfrenta um déficit fiscal elevado. "Oito por cento do Produto Interno Bruto (PIB) [pouco mais de US$ 8 bilhões], uma dívida pública que supera 50% do PIB, um serviço da dívida cada vez mais elevado, uma economia quase estagnada, um investimentos estrangeiro praticamente inexistente e receita petroleira quase em zero", afirmou Carrera. O petróleo é o principal item da pauta de exportações equatoriana.

Moreno disse que é preciso fazer reformas estruturais, um plano econômico e fiscal de quatro anos para promover o equilíbrio das contas públicas, reduzir o endividamento e um programa econômico que dê confiança, credibilidade para que a economia cresça, a redução do gasto público e a eliminação de leis que desestimulam o investimento.

Pouco antes de deixar o poder, Correa disse que "a mesa está servida", com o sentido de que deixa o Equador em boa situação econômica. Moreno, porém, garantiu que "não há tal mesa servida, essa é a pura verdade". "Creio que se poderia ter sido um pouco mais comedido no momento de deixar as contas em melhores condições", afirmou o atual presidente.

Moreno ainda afirmou que "agora se respira liberdade e isso é maravilhoso". Segundo ele, em breve as pessoas irão "abandonando seu comportamento" e que irá "começar a respirar essa liberdade nova, que é como me sinto confortável". Durante mais de dez anos do regime de Correa, era frequente um ambiente de polarização, em meio a duras disputas entre o governo e os oposicionistas. Fonte: Associated Press.

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