EUA sanciona rede que recruta ex-militares colombianos para combater no Sudão
16:52 | Dez. 09, 2025
Os Estados Unidos anunciaram nesta terça-feira (9) que impuseram sanções a uma rede transnacional que, segundo o governo americano, recruta ex-militares colombianos, e até crianças, para combater ao lado de paramilitares na guerra civil no Sudão.
A guerra no Sudão, iniciada em abril de 2023, opõe o exército sudanês ao grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (FAR).
O conflito deixou milhares de mortos e deslocou milhões de pessoas, mergulhando o país na "pior crise humanitária" do mundo, segundo a ONU.
No mês passado, o chefe do Exército sudanês, general Abdel Fatah al Burhan, pediu ao presidente americano Donald Trump que encerrasse a guerra civil, mas as tentativas de negociação fracassaram repetidamente ao longo do conflito.
Nesta terça-feira, o Departamento do Tesouro americano informou que sancionou quatro pessoas e quatro entidades.
As medidas visam uma rede transnacional que "recruta ex-militares colombianos e treina soldados, inclusive crianças" para lutar pelas FAR, segundo um comunicado.
"As FAR demonstraram repetidamente que estão dispostas a atacar civis, incluindo bebês e crianças", afirmou o subsecretário do Tesouro para Terrorismo e Inteligência Financeira, John Hurley, citado no texto.
Um dos sancionados é Álvaro Andrés Quijano Becerra, militar colombiano aposentado que também tem cidadania italiana e reside nos Emirados Árabes Unidos. Washington o acusa de desempenhar "um papel central no recrutamento e no envio de ex-militares colombianos ao Sudão".
Também foram sancionados uma agência de emprego cofundada por Quijano Becerra e sua esposa, que esteve envolvida em sua administração.
As sanções mais recentes também atingiram outros grupos e seus administradores.
Essas medidas proíbem, essencialmente, a entrada nos Estados Unidos, congelam ativos sob jurisdição americana e impedem qualquer apoio financeiro ou material.
"A guerra civil no Sudão corre o risco de desestabilizar a região e transformar o Sudão em um refúgio seguro para aqueles que ameaçam os Estados Unidos", afirmou o Tesouro americano.
Em janeiro, o Departamento de Estado declarou que membros das FAR haviam cometido um genocídio.
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