Argentina reduz impostos sobre exportações de soja e cereais
12:22 | Dez. 09, 2025
O governo argentino decidiu reduzir impostos sobre a exportação de soja e cereais para aumentar a entrada de moeda estrangeira no país, anunciou nesta terça-feira (9) o ministro da Economia, Luis Caputo.
O governo precisa urgentemente de dólares para honrar compromissos da dívida que vencem em janeiro. Ao reduzir os impostos e melhorar as margens de lucro para os agricultores, espera-se que as vendas aumentem e junto com elas, a arrecadação.
A medida reduz de 26% para 24% o imposto sobre a exportação de soja e de 24,5% para 22,5% aos subprodutos da oleaginosa, o principal cultivo da Argentina, um dos maiores produtores de alimentos do mundo.
Também inclui uma redução do imposto sobre a exportação de trigo e cevada (de 9,5% para 7,5%), de milho e sorgo (de 9,5% para 8,5%) e de girassol (de 5,5% para 4,5%).
"Essa redução busca melhorar a competitividade da agroindústria, um dos motores mais potentes da economia argentina e responsável por cerca de 60% das nossas exportações", disse Caputo no X.
O governo de Javier Milei precisa aumentar a entrada de moeda estrangeira para reforçar as reservas do Banco Central, ponto fraco do plano econômico que recebeu várias advertências do Fundo Monetário Internacional, que lhe concedeu um empréstimo de 20 bilhões de dólares (108 bilhões de reais) em abril.
Em busca de novos financiamentos, o governo emitirá na quarta-feira um título em dólares para um leilão que marca o retorno da Argentina ao mercado internacional de dívida desde 2018.
O ministro Caputo também confirmou que está negociando um empréstimo com bancos no valor de cerca de 7 bilhões de dólares (37,97 bilhões de reais).
A Argentina precisa garantir os fundos para pagar cerca de 4 bilhões de dólares (21,69 bilhões de reais) de sua dívida em janeiro.
O governo já havia recorrido, em julho passado, a uma redução de impostos sobre as exportações de soja e cereais para aumentar a entrada de divisas.
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