Ministro francês acusa Argélia de 'tentar humilhar a França'
"A Argélia tenta humilhar a França", disse o ministro do Interior francês, Bruno Retailleau, nesta sexta-feira (10), após a prisão de vários "influenciadores" argelinos por incitar a violência, em meio à crise entre Paris e sua ex-colônia.
Quatro influenciadores argelinos que apoiam as autoridades do país do norte da África foram presos nos últimos dias por supostamente incitarem atos de violência na França em publicações online.
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"Acho que chegamos a um limite muito preocupante com a Argélia", disse Retailleau durante uma visita a Nantes, no oeste da França, um dia após a tentativa de expulsão para a Argélia de um desses detidos, conhecido como "Doualemn", de 59 anos.
"Emiti um decreto de expulsão, mas as autoridades argelinas não quiseram deixá-lo desembarcar em solo argelino, em total contradição com as regras", explicou o funcionário, que anunciou que "examinaria todos os meios" diante da Argélia.
"Doualemn" está detido em um centro de detenção na região de Paris.
Embora o presidente francês, Emmanuel Macron, tenha iniciado uma "aproximação" com a Argélia em 2022 em relação à "questão do passado colonial", pontos de tensão entre os dois países, parceiros econômicos e de segurança, se acumularam.
De acordo com várias figuras da oposição argelina na França, entrevistadas pela AFP, as controversas mensagens online se intensificaram depois que a França mudou sua posição oficial sobre o Saara Ocidental em julho, considerando que seu futuro depende da "soberania marroquina".
A questão desta antiga colônia espanhola, que a ONU considera um "território não autônomo", é um confronto há meio século entre Marrocos, que controla grande parte dela, e os separatistas saharauis da Frente Polisário, apoiados por Argel.
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