Colômbia reforça segurança da COP16 diante de ameaças da guerrilha

A Colômbia reforçou, nesta segunda-feira (14), a segurança na cidade de Cali, que sediará a cúpula de biodiversidade COP16 na próxima semana, diante de "possíveis represálias" da guerrilha devido a operações militares na região.

O governo mobilizou dezenas de veículos blindados e 11.000 policiais e militares em Cali para "garantir o desenvolvimento bem-sucedido" da COP16, informou a vice-ministra da Defesa, Daniela Gómez, à imprensa local.

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O presidente Gustavo Petro também garantiu que "a segurança da COP16 está assegurada".

No fim de semana, o exército avançou com veículos blindados sobre um reduto do Estado-Maior Conjunto, a maior dissidência das Farc, localizado a cerca de 130 km de Cali, no departamento de Cauca, sudoeste do país.

Em meio a intensos combates que deixaram pelo menos 20 feridos, os guerrilheiros pediram às delegações internacionais que não comparecessem à cúpula das Nações Unidas sobre biodiversidade.

"Com a recente operação Perseo no Cânion de Micay, avalia-se a possibilidade de represálias por parte dos grupos armados organizados", disse a vice-ministra em entrevista ao jornal El Tiempo.

"Para enfrentar essa situação, a presença da força pública foi reforçada", acrescentou.

Após meses de ataques contra as forças de segurança, os dissidentes das Farc que operam no sudoeste do país haviam declarado uma trégua para facilitar a realização da cúpula, que contará com a participação de cerca de 18 mil representantes de 200 países, segundo a polícia.

No entanto, a operação militar com veículos blindados no Cânion de Micay desencadeou uma nova onda de violência.

O presidente autorizou bombardeios contra os guerrilheiros, em resposta a um recente ataque dos rebeldes com explosivos lançados por drones, que deixou 17 feridos.

Petro "supervisiona desde quinta-feira o esquema" de segurança para a COP16, disse à imprensa em Cali o general William Salamanca, diretor da Polícia Nacional.

Em meio a ataques a postos das forças de segurança em Cauca, Salamanca defendeu a Operação Perseo, que busca retomar o controle de uma ampla região montanhosa onde se estabeleceram guerrilheiros que se afastaram do acordo de paz que desarmou as Farc em 2017.

Salamanca parabenizou o exército por "chegar a esta área onde há mais de 10 anos não havia presença do Estado, muito menos da força pública".

Os dissidentes das Farc controlam um corredor de cultivo e transporte de coca no Cânion de Micay.

Petro tem insistido em resolver o conflito armado por meio de diálogos de paz. No entanto, Iván Mordisco, o principal comandante dissidente em Cauca, foi afastado da mesa de negociação em abril por violar repetidamente os cessar-fogos acordados com as autoridades.

jss/mel/lbc/ic/mvv

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