Supremo do Chile destitui uma de suas ministras por corrupção
A Suprema Corte do Chile destituiu, nesta quinta-feira (10), uma de suas magistradas, Ángela Vivanco, envolvida no maior escândalo de corrupção que atinge a elite política, judicial e econômica chilena desde o retorno da democracia em 1990.
"A senhora Ángela Vivanco Martínez não teve um bom comportamento no exercício de suas funções, e, em consequência, se estabelece a remoção de seu cargo como ministra desta Suprema Corte de Justiça", disse Ricardo Blanco, presidente do alto tribunal, ao comunicar a decisão unânime do plenário de juízes.
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Além disso, Vivanco enfrenta um processo de impeachment por parte do Congresso. Em caso de aprovação, ela ficará proibida de exercer cargos públicos por cinco anos.
A juíza, de 61 anos, viu-se afetada por um escândalo político e judicial que tem como protagonista o influente advogado Luis Hermosilla, o preferido da elite chilena, cujas comunicações por mensagens telefônicas foram reveladas pela imprensa local.
Nessas mensagens, fica evidente a relação próxima que Hermosilla mantinha com Vivanco. A juíza o procurou para pedir seu apoio para ser escolhida como membro do máximo tribunal de justiça do país em troca de informações judiciais reservadas.
De acordo com a porta-voz do governo, Camila Vallejo, este é "o maior caso de corrupção da história recente" do Chile.
Segundo a decisão do Supremo, Vivanco "incorreu em um comportamento que afeta os princípios de independência, imparcialidade, probidade, integridade e transparência que regem os membros da magistratura".
Vivanco chegou à Suprema Corte em 2018, indicada pelo governo do ex-presidente Sebastián Piñera (2018-2022), que faleceu este ano em um acidente de helicóptero, e ratificada pelo Senado.
Hermosilla, que assessorava o governo Piñera, está preso desde 27 de agosto, acusado dos crimes de suborno, tráfico de influência e lavagem de dinheiro.
O conteúdo de suas conversas veio à tona depois do vazamento de um áudio no qual ele pede que funcionários públicos sejam subornados para favorecer um de seus clientes. Outro diálogo revelou a entrega de informação confidencial por parte do chefe da polícia civil, Sergio Muñoz, que está em prisão domiciliar.
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